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31 de dez. de 2009

Retrospectiva Mamônica

Final de ano chegando, sempre começam a pipocar por aí as sempre presentes retrospectivas.
Parece que não rola fim de ano decente sem queima de fogos, chapação, retrospectivas na TV e show do Roberto Carlos, não é?
Então, já que é assim, eu aproveitei pra fazer a minha reflexão de tudo que aconteceu de legal no blog nesse ano.
Vamos lembrar um pouco do que aconteceu nessa bagaça e na minha vida...

Janeiro


O Escalador é apresentado ao mundo! (Apesar de difícil de acreditar, o Submundo é visto por pessoas na América do Norte, Europa e até Japão! Preciso começar a fazer esse blog em inglês).
Meu personagem estreia em sua própria HQ, especialmente para internet, em 2010.



As revistas Val #3 e Subversos #3 são lançadas para download e o Submundo Mamão participa do Dia dos Quadrinhos Nacionais no Blog dos Quadrinhos.



Mas o post mais acessado da história do blog é, de longe, o "Eva Mendes é pra casar!". Por que será?!?

Fevereiro

O Submundo ganha espaço em outro blog, através de uma coluna chamada "De fora da Panela". O blog em questão é o divertido Uarévaa!



No mesmo mês uma matéria deu muita repercursão. Ela falava do Pequeno Parker, uma fantástica e criativa tira, feita por um cara muito gente boa. Foi a grande surpresa do ano!

Março



Post histórico, a origem do Submundo Mamão. Tudo contado, desde quando era um simples fanzine de papel!
Outro post que foi muito visto, foi aquele onde expliquei todas as referências usadas na abertura do filme Watchmen.



O mais engraçado foi o video que mostrava Chad Vader voltando do Dentista. Uma paródia divertida do famoso video do moleque chapado (David) que voltava do dentista e foi filmado pelo pai.


Abril
Teve o esquenta para o HQ Mix, a resenha da HQ do Val no Papo de Quadrinhos, comecei a ler Usagi Yojimbo e fiz um desenho bem legal Zachary Quinto como o comandante Spock de Star Trek!


Mas o post que bombou e se extendeu à fóruns e outros blogs foi aquele sobre as Hqs Nacionais serem tratadas como piada.

Maio

No quesito filmes, apesar da tosquera que foi o filme do Carcaju canadense, teve o ótimo Punisher: War Zone.
Esse mês foi marcado por produtividade. Fiz bastante desenho. Teve o Val #4 e coisas legais como as fan-arts de Thunderman e do Pastor da Noite que o pessoal curtiu bastante, teve também Os Incríveis desenhados pelo Marcio Takara e um fantástico desenho do Batman desenhado pelo Grampá! Além de um projeto nacional supimpa chamado Pequenos Heróis, que eu, por pouco, não embarquei!



Junho
A revista Subversos #4 é lançada e uma das minhas melhores histórias (na minha opinião) é publicada. Trata-se de "Arte Subterrânea". O próprio homenageado também curtiu...



Michael Jackson morre logo em seguida, e no mesmo dia consiguo pensar numa piada. Eita, humor negro! It´s black? Or white?



Li Retalhos de Craig Thompson. Uma das mais bonitas histórias em quadrinhos já feitas!
Fiz uma fan-art bem especial da Turma da Mônica, uma homenagem ao Pequeno Parker, de Vitor Cafaggi e tive uns desenhos publicados no site da Oi.

Esse foi o mês que comecei a postar no Twitter!


Julho

No dia 29, um dia depois de meu aniversário teve o #mussumday no Twitter, lembrança dos 15 anos da morte do grande humorista Mussum. Cacildis!
Nesse mês o Submundo Mamão foi indicado para o Top Blog, na categoria Variedades.

Agosto

Uma das imagens mais baixadas do blog, A Turma do Fudêncio Jovem fez sucesso, pegando carona na ideia de fazer personagens infantis como adolescentes em histórias mais "maduras", como Turma da Mônica Jovem, Luluzinha Jovem, Ben 10 e Meninas Super Poderosas Z.


Assisti ao desenho animado do Lanterna Verde e curti muito!
Val ganha tradução para o inglês e invade o Comic Space. Começa a saga do Se7e e tem a estreia dos Buchas!


Setembro

Mês movimentado pacas!
Além de Wolverine ter ganho algo mais do que se envergonhar... tivemos o lançamento do álbum "The Fixer" do Pearl Jam, o lançamento da revista Subversos 4 em Sampa e Os Se7e desvendados... mas a notícia que mais impactou foi a compra da Marvel pela Disney.


Outubro

A HQ Arte Subterrânea ganha o site da Oi. Outra coisa legal, e que vale a pena lembrar, é que rolou um pequeno documentário, estrelado por Selton Mello, onde é traçada uma teoria sobre as malucas ideias do genial Quentin Tarantino em Tarantino's Mind.



Novembro

Trabalho selecionado e apresentado no 1° Salão de Humor de Campinas. A charge saiu no jornal Correio Popular e em sites sobre futebol.




Começa a série especial sobre tiras no Como Fazer?

Várias resenhas de revistas, entre elas a especial MSP50.
AC/DC no Brasil! e um post bem ilustrado sobre a Gata Negra! 

Dezembro

Apesar de ter curtido muito fazer o desenho do Hellboy caçador de nazis, acho que o destaque pra este mês fica por conta da HQ "Amor, Platônico Amor". Já viu? Então comente por favor...
Além disso, o final de um ano que foi muito punk pra mim!
Comecei meu curso de Design Gráfico e perdi alguém muito importante na minha vida. Um cara que me ensinou o que é ter caráter, ser sincero e fazer a coisa certa sempre. Que mostrou que o Paraíso é conquistado por suas ações, não por sua crença.

Em 2010, espero que tudo melhore. Vou correr atrás disso! Vai ser um ano de realizações.


Bom, é isso!
Espero que vocês tenham curtido bastante esse ano.
Curti muito os comentários de todos (aqueles que comentaram) e da galera que me ajudou nesse ano a dar continuidade ao blog. Valeu pela parceria e companhia!
Um abraço especial a galera do MDM (Melhores do Mundo), ao Freud do Uarevaa, ao meu roteirista preferido, Vagner Francisco, à galera da Subversos (Shin, Akira e Alexandre Manoel), aos 38 seguidores do Submundo (é, vocês!), a galera do Twitter que sempre dá uma força nos Retweets, principalmente o Fabio Catena e ao Rapaduraman, Eudes Honorato, meus amigos (vocês sabem quem são) que sempre deram força no meu trampo e se eu esqueci alguém e você sabe que me ajudou em algum momento da vida, se sinta abraçado também!

Em especial, quero agradecer minha esposa que sempre me compreende e tem paciência comigo, quando eu estou fazendo os meus intermináveis posts e os meus desenhos e HQs!
Valeu! Esse ano foi especial pois fizemos nossa primeira parceria numa HQ!
Logo, logo ela tá aportando por aí!


Ano que vem, infelizmente, não terão tantos posts como nesse ano.
Vou ficar um tempo afastado para terminar meus projetos e para continuar com mais atenção à Universidade.


Esperem por novidades boas em 2010!
Felicidade, Prosperidade e Paz pra todos!



Espero que todos possam tomar um pouco desse chá para que as coisas melhorem cada vez 
mais!

30 de dez. de 2009

Rascunhos e Arte Final: Heróis


Últimos rabiscos ou imagem de desenho postados em 2009!

Grandes coisas acontecerão em 2010... assim espero!
Tem bastante desenho aqui na fila para colorir no Photoshop.

Momento: Um Segundo Antes da Merda!



Analisando essa foto, você chega a conclusão que:

(  ) Ele está na Indonésia e tem uma onda enorme vindo em sua direção;
(  ) Ele está em Tóquio e o Godzilla está atacando novamente;
(  ) Ele está em Sampa, na Liberdade, e um carrinho de empadinhas desgovernado está vindo em sua direção;

Frase Loca da Semana



“É muito conveniente: só há um Deus, ele está no comando de tudo, é maior que você, e você não pode incomodá-lo. E eu não posso nem falar com ele!
Eu gostaria de ter esse emprego!" - Iggy Pop

Filmes "Massa Véio" que Gostaríamos de Assistir #1

Com o crescimento cada vez maior de filmes com pouco roteiro e muita pancadaria, os famosos "massa véio", não seria estranho ver daqui um tempo, filmes como esse!


Imagem: cortesia de @Rapaduraman

Resenha: Onde vivem os monstros


"Onde vivem os monstros" é a volta do cultuado cineasta Spike Jonze aos cinemas, desde uma parada que ele deu em 2002, depois de ter feito o fantástico, Adaptação, com Nicholas Cage, e de ser produtor do dispensável Jackass.
Jonze já dirigiu filmes do calibre de Quero ser John Malkovich e Free Tibet, pra você ter uma ideia.
O filme, que já estreou nos Estados Unidos e no Canadá, já anda arrebentando a bilheteria, com US$ 32,5 milhões de doletas nos seus primeiros três dias em cartaz. 
E por ser o filme que é, até surpreende...
O longa, que é uma adaptação do clássico homônimo da literatura infantil americana, escrito por Maurice Sendak em 1963, foi classificado na época, por profissionais da área educacional infantil e por psicólogos, como nocivo às crianças



''Where the wild things are'' (no original) realmente é estranho e sombrio, mas é um filme belíssimo!
A fotografia do filme é ótima e uma das mais impressionantes que já vi. Dá vontade de assistir de novo, mesmo sendo um filme um tanto estranho.
O filme vem recebendo bastante elogios da crítica americana.



Jonze nos apresenta a história de Max, um garoto mimado de 9 anos que vive em seu próprio mundo imaginário, de forma bem peculiar e um tanto sombria. Alguns críticos questionam seu sucesso e estão rejeitando o filme por ser muito assustador e negativo para crianças pequenas, assim como fizeram em 63. Parece que não houve evolução em certos pensamentos.

É impressionante a transformação do garoto quando ele está vestindo sua "pele" de lobo, uma espécie de pijama que possui rabo e uma touca com bigodes! O moleque fica tirano!
Max Records, o ator que representa seu xará no filme, trabalha muito. O moleque matou a pau!



Confesso que esperava outra coisa quando assisti ao trailer, mas não cheguei a ficar decepcionado com o final. É que a gente sempre espera uma lição de moral no fim e isso não existe no mundo de Max.
Um mundo selvagem habitado por criaturas gigantescas e peludas, algumas perigosas, violentas e de dentes afiados. Para sobreviver neste mundo, Max é obrigado a simular que é um rei no mundo da onde ele veio, usando até uma certa "vilania" comum nas crianças dessa idade. Tudo isso para não ser comido pelos monstros...


O filme tem uma carga emocional muito grande e conflitos psicológicos para você ficar pensando por um bom tempo sobre aquilo. Pequenas frases soltas, ideias e atitudes durante o filme tem um peso muito grande se você prestar bastante atenção e jogar isso para seu próprio mundo, como quando Max diz para Carol que o Sol está morrendo... a reação do amigo monstro pode ser traduzida como uma criança que não acredita na morte, ou está tão distanciada dela que não a compreende direito.



A película, que levou cinco anos para ser completada, é complexo, diferente do livro, que é rico em ilustrações, mas só possui nove frases. Jonze co-escreveu o roteiro e disse que não buscou fazer um filme tradicional para crianças. E não mesmo! Ele combina sequências de ação, bonecos no estilo "Tv Colosso" e animação de computador. Aliás, outro ponto positivo no filme. As expressões dos bonecos estão perfeitas.

No Brasil, sua estreia está prevista para 1º de janeiro de 2010, com distribuição da Warner.

O filme trata sobre o mundo, as pessoas à sua volta e principalmente as emoções.
Portanto, acho que cada um terá que tirar suas conclusões sobre o filme. Uma coisa já ficou clara, ou você vai curtir muito ou vai odiar o filme. Principalmente se você não entender as pequenas mensagens no decorrer do filme...

Alguns vão se reconhecer quando pequenos. Todo aquele lance da imaginação que era forte quando somos pequenos. E isso pega forte no filme!


A única diferença em relação ao livro, é que o solitário Max foge de casa e veleja até uma ilha que possui, além da estranha e vasta floresta (que no original cresce em seu quarto), um deserto habitado por monstros, que estão a procura o tipo de líder que o garoto representa.

O filme tá mais que recomendado. Vale a pena dar uma conferida. A trilha sonora está muito boa também!



Nota:9


29 de dez. de 2009

Ozzy!?!



Ou Ozza Olsen?
Não se ligou quem é?
Tenta essa com maquiagem, pronta pra festa...

As Ruivas Ruleiam!



Tem cosplay que são uma desgraça, outros são coisa de outro mundo.
Esse fica fora de qualquer classificação...



É... tem razão!
Vai renascer das cinzas assim lá em casa!

Tick te ensina a desenhar!


Tradução:

Tick - Ei, garotada! É hora de aprender a desenhar!
É isso aí! Com esse método "passo-a-passo", fácil de acompanhar, garantimos que você desenhará sua própria e única versão do Tick em minutos! Então, aponte bem seu lápis e 'bora tentar!
Passo 1 - Cuidadosamente, desenhe uma figura oval no centro do papel.
Passo 2 - Agora, divida a figura ovalada desenhando uma linha que a atravesse de ponta a ponta.
Passo 3 - Agora desenhe o Tick segurando a forma ovalada com a linha atravessada.
Viu como é fácil?

Na próxima aula: Aprenda a desenhar como Albrecht Dürer.




Colorido por Vini

28 de dez. de 2009

O Novo Mundo da Música


Essa é para todas as pessoas que entendem o novo mundo da música...


Manifesto Movimento Música para Baixar
 

É a partir do surgimento da democratização da comunicação pela rede cibernética, que a conjuntura na música muda completamente. Um mundo acabou.
Viva o mundo novo!

O que antes era um mercado definido por poucos agentes, detentores do monopólio dos veículos de comunicação, hoje se transformou numa fauna de diversidade cultural enorme, dando oportunidade e riqueza para a música nacional – não só do ponto de vista do artista e produtor(a), como também do usuário(a).
Neste sentido, foi formado o movimento Música para Baixar. Trata-se da reunião de artistas, produtores(as), ativistas da rede e usuários(as) da música em defesa da liberdade e da diversidade musical que circula livremente em todos os formatos e na Internet.
Quem baixa música não é pirata, é divulgador! Semeia gratuitamente projetos musicais.

A finalidade do projeto é debater e agir na flexibilização das leis da cadeia produtiva, para que estas não só assegurem nossos direitos de autor(a), mas também a difusão livre e democrática da música.

O MPB afirma que a prática do “jabá” nos veículos de comunicação é um dos principais responsáveis pela invisibilidade da grande maioria dos artistas. Por isso, defendemos a criminalização do “jabá” em nome da diversidade cultural.
O MPB irá resistir a qualquer atitude repressiva de controle da Internet e às ameaças contra as liberdades civis que impedem inovações. A rede é a única ferramenta disponível que realmente possibilita a democratização do acesso à comunicação e ao conhecimento, elementos indispensáveis à diversidade de pensamento.

Novos tempos necessitam de novos valores. Temas como economia solidária, flexibilização do direito autoral, software livre, cultura digital, comunicação comunitária e colaborativa são aspectos fundamentais para a criação de possibilidades de uma nova realidade a quem cria, produz e usa música.
O MPB irá promover debates e ações que permitam aos agentes desse processo, de uma forma mais ampla e participativa, tornarem-se criadores(as) e gestores(as) do futuro da música. 



O futuro da música está em nossas mãos. Este é o manifesto do movimento Música Para Baixar, que defende que quem baixa música não é criminoso...


Participe do movimento!
Clique aqui para assinar!

24 de dez. de 2009

Just Breath - Pearl Jam

Vi esses dias no site da Vimeo uma espécie de "tributo" ao filme "A Swedish Love Story" (1970) de Roy Andersson. Dizem que é um ótimo filme sueco. Nunca vi esse filme sueco, mas conheço outras coisas suecas muito boas, bem, isso não vem ao caso...
Achei que ficou bem legal a montagem do "trailer" como se fosse um clipe da música "Just Breath" do Pearl Jam.
Num momento do vídeo, o vocalista da banda parece cantar a mesma música!
Confira aê!


Pearl Jam "Just Breathe" PMS from PrettyMonkeyStudio on Vimeo.

Amor, platônico amor...

Mas um ano se aproxima do final.
E tem muita coisa que faço durante o ano que nem dá tempo de comentar ou postar por aqui.
Faz tempo que eu queria publicar essa HQ... e através do sistema Issuu, agora é possível!


Tentei publicá-la na Subversos, através da Café Espacial, etc., mas, infelizmente, me parece que essa hq não foi muito bem aceita para publicação.
Enfim, é um trabalho e não posso simplesmente jogar fora só porque não foi aceita para a impressão, não é?
Ela me deu muito trabalho pra fazer. Três dias direto no computador fazendo tratamento de imagem, montagem, edição, etc. O resultado, no meu entender, foi positivo.
Agora espero ter a opinião dos leitores do Submundo sobre ela. Então, por favor, arranje um tempinho pra deixar suas considerações sobre ela, mesmo que sejam negativas.
Preciso de opiniões e críticas construtivas para melhorar cada vez mais meu trampo!
Conto com você! Valeu!





Ah! À partir de 2010, todas as minhas Hqs estarão aqui nesse formato.
Tem bastante novidade pintando por aí, inclusive uma série voltada aos fãs de super-heróis e a tão esperada Hq do Escalador!
Espero vocês por aqui no ano que vem!

23 de dez. de 2009

Como Treinar seu Dragão

Assisti a esse trailer durante a exibição de Avatar.
Achei interessante, ainda mais em 3D. =)
Curto muito mais as animações da PIXAR, que se aprofundam muito mais na história e nos personagens, mas a Dreamworks não deixou a desejar nem em Shrek, nem em Kung Fu Panda, então acho que esse desenho merece um pouco de crédito, sim.
Ainda mais que tem dragões!



Sinopse - Como treinar seu dragão é uma aventura cômica que se passa num mundo mítico de Vikings corpulentos e ferozes dragões, baseada no livro de Cressida Cowell. A história gira em torno de um adolescente magricela que vive na ilha de Berk, onde combater dragões é um modo de vida.
O dia de sua iniciação está chegando e essa é a sua única chance de provar seu valor para a tribo e para seu pai. Mas quando ele se torna amigo de um dragão, seu mundo vira de cabeça para baixo.

Que Coisa, Não?!


Mais uma ilustra do Coisa...

Um dos meus personagens favoritos. Agora eu tentei jogar algumas técnicas de pintura que aprendi no Photoshop.
Achei que ficou legalzinho...
Por enquanto é só.

21 de dez. de 2009

Especial - Como Fazer? (Tiras) #4

Depois da matéria especial de "Como Fazer Tiras", rolou algumas entrevistas especiais com os caras que entendem do traçado... Hoje, veremos a parte final da série de entrevistas com grandes tirinistas da internet e jornais.
E o último convidado é mais que especial!





Criador de várias tiras bacanudas como Salmonelas, Melão Colia e o Cachorro e de um humor negro dos mais refinados, o tirinista, ilustrador e chargista paranaense de 35 anos, Alberto Benett, é um dos grandes nomes da nova geração de desenhistas que vem mostrando fantásticas tiras e charges, tanto em jornais e revistas como também na internet.

Ele inclusive já tinha se manifestado também quanto aos programas que fazem tiras aqui.

Conversei com o cara sobre como é que se faz!



1) Você começou produzindo tiras pra internet, não? Conta como foi esse começo.
Benett - Não. Comecei produzindo tiras para jornal impresso. Dois ou três meses antes de me formar em jornalismo, fui contratado por um jornal. Pura sorte. Foi coisa de conjunção de planetas, só pode. Mas antes disso, quando tinha 20 anos, já havia descolado um trampo de chargista, mas acabei demitido por heresia.
2) Como foi a transição para as charges? Foi um pedido de trabalho pago ou você mesmo é quem decidiu se concentrar mais nisso?
Benett - Não houve transição, as duas coisas correm simultâneas. O fato é que sempre gostei de fazer charges e tiras. E acabei desenvolvendo um desenho que basicamente me limita a esses dois meios. Não consigo desenhar uma hq ou fazer caricaturas ou ilustrações elaboradas. Estou condenado a ser chargista/tirista, para ser sincero.

3) O que te inspira pra criar suas tiras, você é desses desenhistas como eu que vivem prestando atenção a tudo e todos? E o que você espera passar pras pessoas com elas?
Benett - Espero que as pessoas divirtam-se com elas e, se possível, tentem identificar ali alguma visão de mundo anti-conformista e anti-moralista. É isso o que me inspira, essas pequenas possibilidades. Agora, sobre o lance de observar as pessoas, não faço muito isso para preservar meu estômago de uma possível hérnia.


 4) O que você curte mais fazer, tiras, ilustrações ou charges?
Benett - Acho que o que mais curto, do fundo do coração, é escrever textos de humor. Meu desenho me deixa de mau humor, invariavelmente, porque nunca consigo desenhar as coisas da maneira que imagino.
5) Qual delas é mais rentável para você no fim do mês? As charges políticas? =)
Benett - Bem, na verdade não trabalho com frilas, eu tenho contrato com um jornal. Então, produzo charges e tiras e eles me pagam um salário. Agora, desconfio que esperar ganhar dinheiro no Brasil somente com tiras é algo arriscado. Isso vale para ilustradores, também. E para quem tem apenas curso de datilografia. 


6) Quem são os seus mestres? Quem são os caras que te inspiram na literatura, nas artes, enfim, na hora que você analisa todas as coisas que você vem fazendo nas tiras e charges?
Benett - Por incrível que pareça, Jack Kirby me diverte muito. Não gosto de histórias de herois, mas o desenho dele é fascinante.
Tenho lido livros de Steve Pinker e eles me inspiram muito, apesar de não ter nada a ver com o que faço. Estou escrevendo uma fotonovela, então tenho visto filmes policiais dos anos 50 pra baixo, aqueles com o James Cagney e tal, e isso tem sido fantástico.
Essas coisas me empolgam de verdade. Chester Himes me dá uma vontade imensa de morar no Bronx, assim como ouvir The Meters durante o dia todo enche minha alma de vitalidade.

E a vantagem dos dias de hoje é que tudo o que existe de produção cultural está a um clique. Quando eu era adolescente e babava para ver filmes do Lon Chaney Jr., era quase impossível descolar essas coisas. Ouvir um vinil do Lonnie Smith então, jamais. Eram coisas que cresciam com a nossa imaginação e, quando tínhamos acesso a isso, era fantástico, uma pequena glória saboreada lentamente. 
Lembro que aos 16, 17 anos queria muito ver os primeiros filmes dos Irmãos Marx, mas eles não saíam em vídeo e, quando saíam, as locadoras da minha cidade não compravam. Você tinha que descolar com algum especialista que fazia uma cópia em VHS para você pelos olhos da cara. Quando alguém me diz "aqueles é que eram os bons tempos", tenho vontade de socar o nariz.
 
 7) Como é a produção dessas tiras. Você as roteiriza ou esboça direto no papel antes da finalização? 
Benett - Não tenho uma maneira sistemática para fazer isso. Muitas vezes penso nas tiras durante minhas intermináveis horas de insônia e desenho tudo no dia seguinte. Outras vezes simplesmente sento com o papel em branco na minha frente e tento espremer uma ideia em 5 ou 10 minutos. Em outros tempos eu anotava tudo em folhas e jogava num canto, aí ia lá e escolhia as melhores e desenhava. E hoje tenho certeza que comecei a desenhar quadrinhos porque queria fazer as piadas que via no cinema, e a única maneira era através das tiras. Claro, havia toda a influência de Schulz e Johnny Hart, Angeli e Adão...mas a ideia mesmo eram as tiras que eu lia do Woody Allen, feitas pelo Stuart Hample.

Mas hoje anda difícil eu fazer tiras novas e ispiradas, por uma questão de falta de tempo, mesmo. Talvez falta de interesse, realmente. Acho que estou perdendo um pouco o tesão por isso.

8) Você acha que a internet tem sido um bom canal pra quem tá começando? Você já publicava tiras antes da internet, mas foi através dela que você ficou mais conhecido não?
Benett - Não sei se fiquei conhecido, para ser sincero. Bem, a internet é o caminho para quem está começåndo só que, por outro lado, é um tanto arriscado expor seu trabalho se ele ainda não está legal, sabe? Há uma certa impaciência para se publicar e isso pode ser letal para o cara, que fica esperando elogios e convites de emprego e a coisa não rola e ele acaba se frustrando. Ou pode acontecer de ele nunca ser uma novidade, nunca ser uma surpresa, por estar aí desde sempre. O ideal é aguardar um tempo até ter um trabalho legal e depois jogar na rede. O fato é que, de uma maneira ou de outra, o sujeito vai ter que ralar muito. 

 9) Você está a mais de 10 anos no ramo de desenhos, né? Você consegue analisar esse tempo em que você está batalhando, você consegue definir em que ponto daquilo que você projetou pra sua carreira você está vivendo?
Benett - Estou há exatamente 10 anos e posso dizer que tenho sorte de ainda estar nessa. Sempre sobrevivi com a força das ideias, porque se dependesse do desenho, acho que hoje estaria vendendo escovas de porta em porta.
Acho que fui muito mais longe do que havia projetado, sinceramente. Pra você ver como não projetei nada muito ambicioso. Quando comecei isso aos 12 anos, eu queria mesmo era sair da minha cidade, do meu bairro, da minha casa, do meu quarto, da minha cama e, se possível, de minha própria carcaça.

10) Me parece que hoje um caminho pra se ter visibilidade de seu trabalho é produzindo tiras. Já vi vários artistas que acabam indo pra esse lado, com a intenção de ter esse reconhecimento pra depois tentar executar seus outros trabalhos. E por outro lado, tem aqueles que só interessam por produzir tiras.
O mercado hoje em dia pede muito mais daqueles que querem trampar com isso, certo? É bom que o cara saiba no mínimo o que tá rolando no planeta (no caso das charges) ou pelo menos que faça boas ilustrações, não é? 
Benett - O nível está muito alto hoje em dia, em qualquer dessas áreas. Portanto, quanto mais informação e, principalmente, formação você tiver, melhor. Conhecimento nunca é demais, você pode desprezá-los depois, mas é importante ter técnica e conteúdo. Vai te dar mais possibilidades para o dia em que você enjoar desse negócio de cartum. Ah e, se possível, tenha alguma herança em vista.
11) Qual é a dica para o leitor que tem interesse em fazer tiras então?
Benett - Seja autêntico e não espere muito dos jornais. Não glamourize a profissão. Você vai ter de lidar com editores que vão censurar suas charges, vão querer alterar o texto de seu trabalho, vai aguentar muita encheção de saco até ter a autonomia de um Angeli ou Ziraldo. Vejam, Carl Barks, no alto de seus 55 anos, tinha que alterar histórias porque os editoras não gostavam do que liam, acredita nisso?

12) Você já viu esses programas que ajudam quem não sabe desenhar a fazer tiras, né? O que você acha disso? 
Benett - Dá certo por alguns minutos, mas se tornam rapidamente quadrinhos enfadonhos. Não surpreende. É como Cyanide & Hapiness. Houve tanta proliferação do mesmo desenho, que cansou.
A mediocridade sempre vai acabar predominando, ela deixou o que era uma ideia divertida, para virar algo que é um auto-plágio. Tornou-se previsível. E tornar-se previsível é o primeiro sintoma da decadência.
13) E quanto aos salões de humor, concursos, etc. Você acha que vale a pena tentar algo por esse caminho?
Vale, mas vencer um salão de humor não vai mudar muito sua vida. Agora, tem o lance da grana que é essencial.
14) Você gostaria de deixar alguma mensagem, recado, jabá, etc.?
Ahn...cuidado com sua postura na prancheta, ou você irá ficar parecendo com o quasímodo quando estiver mais velho.



Bom, é isso aí, galera!
Obrigado a todos os artistas que participaram e obrigado a você por ter dispensado um tempinho pra ler essas matérias. Dá um trabalho mais ou menos pra fazer! Mas no final vale a pena!
Ano que vem tem mais especiais por aqui!


Para saber mais de Benett, acesse:

Para ver as outras entrevistas:



18 de dez. de 2009

Resenha: Avatar

Fiquei pensando em como começar a escrever sobre esse filme sem babar muito nos comentários, mas acho que vai ser uma missão ingrata e impossível.
Tudo foi muito fantástico!!
A começar pelo fato de que eu nunca tinha visto um filme em 3D. E já no primeiro que eu pego, é justamente esse... (Avatar é o primeiro filme lançado inteiramente em 3D).
A primeira cena é de arrepiar pra quem não tá acostumado com a sensação que um filme  com essa tecnologia pode trazer. Toda aquela movimentação dos soldados saindo da câmara criogênica, os cientista sobrevoando as câmaras, etc... Pô, parece que você tá lá dentro da tela, participando do filme e não o contrário! 

O filme é realmente surpreendente. As imagens são fantásticas, assim mesmo como todos os grandes sites, que assistiram primeiro, já anunciaram antes e apesar de muita gente ter falado que James Cameron certamente iria falhar no roteiro, bem isso não aconteceu.
A história é bem diferente do que estamos acostumados a ver no cinema, mas certamente é um assunto que normalmente se tornará recorrente por conta de todas as barbaridades que estamos presenciando acontecer em relação a natureza e ao planeta. Apesar do assunto ser, digamos, "modinha", não achei que Avatar se prestou a ser um filme ecochato como alguns levantaram por aí. A grande diferença desse filme é que o grande e poderoso exército americano se dá mal. Inclusive, durante a apresentação fiquei com dúvida se alguns americanos super-patriotas iriam mesmo gostar de tudo aquilo que estava sendo apresentado.

Só pra clarear para aqueles que ainda não assistiram, Avatar conta a história de Jake Sully (Sam Worthington), um soldado americano que perdeu os movimentos das pernas e é selecionado para uma espécie de programa de clones nomeado AVATAR, que combina o DNA de humanos e de uma raça alienígena, os Na´vi. O resultado é essencialmente o clone de um Na´vi que pode preservar a percepção de um humano.
O irmão de Sully foi o doador original e controlador de um desses avatares por um tempo determinado, mas sua morte trouxe problemas para a corporação responsável pelo projeto, que gastou milhões com o programa e seu treinamento. Agora, a solução é chamar Jake para que ele assuma o avatar do irmão, por dividirem o mesmo código genético, fator essencial para o controle do clone.
Apesar de ser um soldado, Jake fica no grupo dos cientistas, que acreditam que existem maneiras melhores de se resolver a situação do povo Na´vi, sem que eles sejam massacrados com a intenção de deslocar esse povo de sua casa, a Grande Árvore, em consequencia da exploração de um minério que uma grande empresa de mineração está interessada. Mas o exército tem outras intenções e maneiras de se encarar o problema, e para isso, promete a Jake que se ele ajudar, ele será recompensado. Poderá andar novamente.



O planeta Pandora é outro ponto importante no filme. Pandora é um planeta selvagem e exótico, e parece ter saido de uma viagem a base de muito ácido lisérgico... ou de capas de vinis antigos de bandas de rock n´roll dos anos 70. A grande diferença, foi ter assistido a esse filme em 3D.
Os cenários, as criaturas do planeta, os Na´vi e a floresta, são imagens espetaculares!

A partir do momento que o soldado começa a interagir com os habitantes de Pandora, tudo vai mudando na sua cabeça. Mas se eu contar mais estraga o filme...

Só preciso dizer que o povo Na’vi é cativante. Eu não posso afirmar com certeza isso, mas acredito que os roteiristas e Cameron se basearam na cultura Hindu para criar muitos elementos do filme. A começar pelo lance do avatar em si.
Avatar, pra quem não sabe, vem do sânscrito Avatāra, que significa "Aquele que descende de Deus", ou simplesmente a "encarnação". Qualquer espírito que ocupe um corpo de carne, representando assim uma manifestação divina na Terra.
Os avatares hinduistas eram todos representados como criaturas de pele azul, assim como no filme.
O cumprimento deles "Eu estou em você" nada mais é que o famoso "Namastê".
Toda a ligação desse povo com a natureza e os seres viventes tem muito a ver com o budismo também. Uma das cenas que me marcou bastante foi a maneira como eles encaram a morte e a ideia em si da morte. "A Terra te empresta parte dela (a matéria, átomos) para que você possa viver nela e quando você morre você devolve à ela"!
Há grandes similaridades também com uma estrutura tribal africana, por exemplo, e aparentemente as culturas indígenas.




Voltando a caracterização dos personagens Na´vi, a atriz Zoe Saldana me surpreendeu. Ela está perfeita no papel de Neytiri. Muito bem representado.
Os outros habitantes igualmente, como Mo´at, a matriarca do clã, Eytukan, o patriarca e pai de Neytiri, e Tsu´Tey o grande guerreiro do clã. Impossível não reconhecer que os atores que representam esses personagens são afro-descendentes.

Os outros personagens da trama também estão muito bons, é legal ver Sigourney WeaverDra. Grace Augustine) num filme de Sci-Fi novamente. Stephen Lang como o Cel. Quaritch está o perfeito motafucka badass. Ô sujeitinho difícil de morrer! (
Michelle Rodriguez, que nunca vai se livrar do estigma de mulher-macho (apesar de parecer não fazer questão nenhuma do contrário) como a piloto de um dos helicópteros, Giovanni Ribici, como o ganancioso administrador da mineradora e o próprio Sam Worthington, que já tinha mostrado antes em Terminator 4 que era um bom ator.



Mais da metade do filme é feito em CG e é um dos melhores trabalhos de computação gráfica que vi até hoje. A fotografia também. James Cameron soube fazer o melhor com a tecnologia 3D avançadíssima que tem em mãos.
A trilha sonora está muito boa, apesar do momento "Celine Dion" do final... 

Avatar nos mostra alguns valores dos quais o ser humano está se afastando aos poucos, como a conservação do planeta e a integração numa comunidade.  A cada dia que ficamos mais próximos da tecnologia, seja em nossos computadores ou em nossas grandes maquinas de fazer progresso, nos afastamos cada vez mais da ligação com nosso planeta e de sua conservação. Perdemos o respeito pela natureza e acabamos mais primitivos do que um povo que ainda usa flechas e vive em cabanas. Valores esses que estão em baixa hoje em dia e são considerados por alguns como se fosse uma piada.

Não dá pra desconsiderar pelo menos a boa mensagem que o filme trouxe.




Nota: 10!

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