E volta a discussão... quadrinho nacional é mesmo uma piada?!?
Essa semana no site Universo HQ, Marcus Ramone teceu alguns comentários pertinentes acerca do assunto.
Segundo ele afirma: "...nos quadrinhos o amadorismo e o diletantismo são algumas das principais pragas que levam a HQ nacional a um estado de letargia em que vale muito mais um punhado de fãs (ou bajuladores) do que a busca pela melhoria da qualidade dos trabalhos".
Olha, concordo em partes com ele, mas é bom deixar claro que muitos estão suando a camisa pra fazer uma coisa decente. Tanto no que se refere a arte ou roteiros quanto a produção da revista em si. Mesmo sem editoras bancando, tenho visto muita revista sair aí de forma independente e com qualidade superior de capa e miolo. Bem melhor que muita editora "mainstream".
Ainda assim, sinto falta de um bom roteiro na maioria das revistas. Não que não existam bons roteiristas, mas me parece que o Brasil carece de um Neil Gaiman na produção nacional, não?
Não é a toa talvez que houve uma enxurrada de revistas baseadas em obras literárias ultimamente.
No texto ele elege os "culpados", faz uma reflexão sobre qual é a contribuição de quadrinhistas, leitores, editoras e sites especializados para sanar esse problema do mercado nacional de HQs.
Acho que o ponto que ele tocou sobre a falta de autocrítica (olha a reforma ortagráfica aê, gente!) dos quadrinhistas está corretíssima e dá pra perceber que muitos fazem as coisas mesmo nas coxas e ainda querem colocar a culpa na falta de apoio para publicação. Sempre que converso com aspirantes à quadrinistas (assim como eu) dou esse toque: "Estudem muito! Estudem mesmo!".
Tem que ler muito e fazer desenho todo dia, nem que seja apenas um rabisco.
Se por um lado o que se vê é muito trabalho ruim, daqueles que nunca encontrarão uma editora disposta a publicar, por outro a internet está aí com suas facilidades de se criar blogs, tiras e "webcomics" pra salvar essa galera. E dependendo da propaganda elas são até bem "baixadas" ou vistas.
Nesse ponto, até defendo o fato de que muita coisa ruim foi feita na época que os quadrinhos começaram a bombar nos EUA também.
Não é a toa que eram baratos e feitos em papel jornal.
Então, não vejo a obrigatoriedade de que por aqui isso tenha que ser diferente.
Mas para que não fique só a impressão de que o texto são apenas críticas, ele cita que no meio disso tudo ainda aparecem trabalhos excelentes, e que somos um país que continua sendo um celeiro de grandes artistas do traço.
Sei que nesse caso todas as críticas são, com certeza, construtivas, mas toda vez que é falado sobre quadrinhos nacionais geralmente é feito um balaio aí que acaba deixando muita galera boa de fora e se inaltecendo o que é ruim. E quando fala da galera boa, tô falando dos profissas. Alguns citados aí em cima.
Ramone ainda fala sobre o leitor, em sua maioria, preconceituosos que não querem ou não conseguem separar o joio do trigo. O famoso "É nacional? Então não presta".
Das editoras de quadrinhos, que estão fazendo a parte delas, ou seja, buscando lucro. O que muito quadrinista não entende, achando que elas são entidades filantrópicas.
Gostei do "acorda" que Ramone dá àqueles que criticam as HQs gringas de super-heróis como se fossem feitas apenas para os descerebrados. Quando adolescente, li muita coisa ali que me fez crescer mais esperto. Tirando o fato de que são ótimos exemplos para se tirar desenhos e treinar o traço.
Hoje, não acompanho tanto essas revistas de heróis quanto antes, por quatro motivos: Preço (levando em consideração o segundo item), muita interligação nas revistas (você é obrigado a comprar várias para entender metade de uma história), os mixes (geralmente são inseridas histórias muito ruins) e o principal... roteiros ruins.
É, não é só aqui que acontece esse "fenômeno".
Ainda leio algumas coisas. Acho que nunca vou parar de ler super-heróis. Mas que sejam em especiais, mini-séries e/ou sejam apenas bem feitos, o que ultimamente está difícil.
Cansei de comprar porcaria!
Sei que me extendi bastante comentando a matéria do UHQ aqui, e expus quase tudo aquilo que foi falado lá, mas se caso você ainda não leu, vale a pena dar uma passada por lá e conferir. (clique aqui para ver a matéria completa)
Também acho que é interessante que aja debates sobre isso, para que surjam soluções e iniciativas e que de uma vez por todas a gente não precise passar vergonha ou preconceito por ser quadrinista nacional!
É isso!
Essa semana no site Universo HQ, Marcus Ramone teceu alguns comentários pertinentes acerca do assunto.
Segundo ele afirma: "...nos quadrinhos o amadorismo e o diletantismo são algumas das principais pragas que levam a HQ nacional a um estado de letargia em que vale muito mais um punhado de fãs (ou bajuladores) do que a busca pela melhoria da qualidade dos trabalhos".
Olha, concordo em partes com ele, mas é bom deixar claro que muitos estão suando a camisa pra fazer uma coisa decente. Tanto no que se refere a arte ou roteiros quanto a produção da revista em si. Mesmo sem editoras bancando, tenho visto muita revista sair aí de forma independente e com qualidade superior de capa e miolo. Bem melhor que muita editora "mainstream".
Ainda assim, sinto falta de um bom roteiro na maioria das revistas. Não que não existam bons roteiristas, mas me parece que o Brasil carece de um Neil Gaiman na produção nacional, não?
Não é a toa talvez que houve uma enxurrada de revistas baseadas em obras literárias ultimamente.
No quesito desenho, acho que temos pontos muito positivos ainda e que não deixam a peteca cair.
Falar de Bá, Moon e Grampá hoje, talvez, é "chover no molhado", mas se a gente olhar pra trás, vamos ver Angeli, Laerte, Spacca, Gonzales e tantos outros, provarem que de desenhistas estamos bem obrigado!
Isso sem falar nos "gringos" Marcelo Campos, Cruz, Deodato e o talentoso Ivan Reis!
Falar de Bá, Moon e Grampá hoje, talvez, é "chover no molhado", mas se a gente olhar pra trás, vamos ver Angeli, Laerte, Spacca, Gonzales e tantos outros, provarem que de desenhistas estamos bem obrigado!
Isso sem falar nos "gringos" Marcelo Campos, Cruz, Deodato e o talentoso Ivan Reis!
No texto ele elege os "culpados", faz uma reflexão sobre qual é a contribuição de quadrinhistas, leitores, editoras e sites especializados para sanar esse problema do mercado nacional de HQs.
Acho que o ponto que ele tocou sobre a falta de autocrítica (olha a reforma ortagráfica aê, gente!) dos quadrinhistas está corretíssima e dá pra perceber que muitos fazem as coisas mesmo nas coxas e ainda querem colocar a culpa na falta de apoio para publicação. Sempre que converso com aspirantes à quadrinistas (assim como eu) dou esse toque: "Estudem muito! Estudem mesmo!".
Tem que ler muito e fazer desenho todo dia, nem que seja apenas um rabisco.
Se por um lado o que se vê é muito trabalho ruim, daqueles que nunca encontrarão uma editora disposta a publicar, por outro a internet está aí com suas facilidades de se criar blogs, tiras e "webcomics" pra salvar essa galera. E dependendo da propaganda elas são até bem "baixadas" ou vistas.
Nesse ponto, até defendo o fato de que muita coisa ruim foi feita na época que os quadrinhos começaram a bombar nos EUA também.
Não é a toa que eram baratos e feitos em papel jornal.
Então, não vejo a obrigatoriedade de que por aqui isso tenha que ser diferente.
Mas para que não fique só a impressão de que o texto são apenas críticas, ele cita que no meio disso tudo ainda aparecem trabalhos excelentes, e que somos um país que continua sendo um celeiro de grandes artistas do traço.
Sei que nesse caso todas as críticas são, com certeza, construtivas, mas toda vez que é falado sobre quadrinhos nacionais geralmente é feito um balaio aí que acaba deixando muita galera boa de fora e se inaltecendo o que é ruim. E quando fala da galera boa, tô falando dos profissas. Alguns citados aí em cima.
Ramone ainda fala sobre o leitor, em sua maioria, preconceituosos que não querem ou não conseguem separar o joio do trigo. O famoso "É nacional? Então não presta".
Das editoras de quadrinhos, que estão fazendo a parte delas, ou seja, buscando lucro. O que muito quadrinista não entende, achando que elas são entidades filantrópicas.
Gostei do "acorda" que Ramone dá àqueles que criticam as HQs gringas de super-heróis como se fossem feitas apenas para os descerebrados. Quando adolescente, li muita coisa ali que me fez crescer mais esperto. Tirando o fato de que são ótimos exemplos para se tirar desenhos e treinar o traço.
Hoje, não acompanho tanto essas revistas de heróis quanto antes, por quatro motivos: Preço (levando em consideração o segundo item), muita interligação nas revistas (você é obrigado a comprar várias para entender metade de uma história), os mixes (geralmente são inseridas histórias muito ruins) e o principal... roteiros ruins.
É, não é só aqui que acontece esse "fenômeno".
Ainda leio algumas coisas. Acho que nunca vou parar de ler super-heróis. Mas que sejam em especiais, mini-séries e/ou sejam apenas bem feitos, o que ultimamente está difícil.
Cansei de comprar porcaria!
Sei que me extendi bastante comentando a matéria do UHQ aqui, e expus quase tudo aquilo que foi falado lá, mas se caso você ainda não leu, vale a pena dar uma passada por lá e conferir. (clique aqui para ver a matéria completa)
Também acho que é interessante que aja debates sobre isso, para que surjam soluções e iniciativas e que de uma vez por todas a gente não precise passar vergonha ou preconceito por ser quadrinista nacional!
É isso!
Fala bróder, bele?
ResponderExcluirSeguinte, concordo com tudo o que você expôs, só acho que o quadrinho brasileiro NÃO precisa de um Neil Gaiman. Mas de VÁRIOS. E também de Alan Moore, Grant Morrison, Milo Manara, Robert Crumb, Serpieri, Moebius, Warren Ellis, (tá com tempo?)...
Ahahahh...
Abraço!!
Pois é. Eu sou escritora (sim, de livros) e tenho meu roteiro de HQ que, modéstia à parte, poderia bombar. Eu sei contar histórias, e fiz um planejamento dos personagens a longo prazo, ideias de novas historias, tamanho da revista, etc. Mas tá difícil de encontrar desenhista, viu?
ResponderExcluirEntão, Vagner...o que eu quis dizer é exatamente isso. Será que apenas UM Neil Gaiman salvaria a pátria? Será que aí não crucifixariam o cara logo assim que ele desse uma mancada?
ResponderExcluirVocê bem sabe que eu curto muito seu estilo de escrever, já falei isso antes, e acho que existem vários bons roteiristas independentes, mas o q querem aí parece ser o supra sumo das letras!!!
Parece que por causa desses "maus" roteiristas todos pagam o preço disso! Foi o que falei do balaio lá no texto!
Simone, não duvido nada dessa sua capacidade, pois andei vendo no seu blog que tem coisas muito legais! E vc tb sabe q curti muito a proposta q vc mandou, mas infelizmente tá difícil arrumar tempo pra tudo q eu quero fazer em quadrinhos...
Mas se vc aguardar podemos conversar depois!
O problema real do Brasil meus amigos roteiristas é que não há cultura, não existem muitas pessoas que curtam ler ou que sejam incentivadas a isso, e a maioria que está aí no "underground" dos quadrinhos são pessoas que parecem não pesquisar ou ler muito antes de escrever algo.
Abraços!
Fala Vini...
ResponderExcluirÉ, eu havia entendido, mas achei que não poderia perder a piada, ehehh.
Sei lá, falar de roteiristas no Brasil é complicado, principalmente porque os desenhistas pensam que podem fazer tudo sozinhos e não precisam da gente. Aí, o que acontece (não é o seu caso aqui, Vini, mas o de muuuuitos outros)? Escritores de mão cheia como nossa amiga Simone fica sem encontrar parceria; e o resultado: ou partimos pros livros ou aprendemos a desenhar nós mesmos.
Abraço!!
Acho que deveríamos parar de imitar o estilo americano de criar roteiros. Histórias de super heróis nacionais sempre parecerão coisas "chupadas",tipo"Acho que ja vi isso em algum lugar" Lembro que nos anos80,70 tínhamos ótimos roteiros nas revistas de terror.
ResponderExcluirPois é, Luiz Carlos, até o momento eu não li nada no estilo super-heróis que fuja do estilo americano.
ResponderExcluirMas por exemplo, gosto do Quebra-Queixo. É um personagem que teve histórias boas, mas não vingou...
Quando as histórias saem desse padrão aqui no Brasil, costumam não ser boas mesmo. Mas isso não é via de regra, uma hora aparece algo bom. O problema é que o que foi feito até agora nessa área, em sua grande maioria, é independente e não é legal.Não foi bem feito.
É o problema do balaio que mencionei...
Acho que o problema maior, é o preconceito da galera que lê esse tipo de revista. Eles só aceitam os americanos e ponto!
Mas existem milhares de histórias pra serem contadas e não precisa ser sobre super-heróis. Hoje percebo que existe um n° maior de roteiristas se interessando pelas HQs e uma hora ou outra vai aparecer alguns iluminados que com parceria de bons desenhistas e se (nesse último caso duvido muito) existir um mercado legal, onde editoras envistam no produto, vai rolar um novo Boom nesse segmento.
Já aconteceu em 80, pode perfeitamente acontecer de novo!
CAPITÂO BRASIL O primeiro e único!
ResponderExcluirOlá! Sou Mauricio dos Santos, Desenhista a procura de colaborador/patrocinador de Estórias & Histórias em quadrinhos.(12+21+55)88012483 /3922-8111 https://pt.gravatar.com/universox1 http://www.paper4web.com.br/MauriciodosSantos