capa feita por Deodato
O filme que mostra a "origem" do mutante canadense Wolverine se aproxima da estréia mundial.
Não comentei nada aqui até então, por falta de tempo mesmo.
Já adianto pra vocês que já assisti ao "filme". Assim, entre aspas mesmo, já que foi aquele que vazou na internet e não tem os efeitos especiais. A impressão que dá é que esqueceram de colocar o roteiro também.
Mas isso é um assunto pro próximo post...
Vou falar hoje da recém lançada revista Wolverine Anual #3.
A Marvel, aproveitando a onda do filme, anda fazendo uns lançamentos especiais do carcaju pra molecada que não conhece, conhecer e para aqueles que são fãs, torrarem seu rico dinheirinho em bobagens... ou não.
Por exemplo, nos EUA, Wolverine #73 será publicada duas semanas após a estréia do filme (13 de maio), e terá histórias à parte da cronologia que está rolando atualmente, a saga Old Man Logan, de Mark Millar. É pra aproximar novos leitores mesmo...
O curioso da coisa é que, uma semana depois desse lançamento, será lançada a #72...
O arco retorna normalmente na #74, ainda em Maio, com sua conclusão.
Essa Marvel às vezes (às vezes?!?) é muito safada.
Fora a (re)reedição de Arma X, a Panini lançou por aqui, nesse mês de Abril, outras 4 revistas do baixinho. Que são:
As duas primeiras eu estou seriamente pensando em comprar, já que são desenhadas por dois feras nos quadrinhos de quem eu sou muito fã, John Romita Jr. e Eduardo Risso. Eu, Wolverine eu li quando foi lançada originalmente em formatinho, lááá pelos idos anos 80. Tenho até hoje e acho uma série muito boa. À partir dela é que eu comecei a desenhar bastante e a acompanhar o personagem. Recomendo a compra também. Duro de Matar já acho meio caça-níquel. Não achei ela tudo isso pra merecer um encadernado. Mas voltando ao assunto... as histórias apresentadas, reuném aquelas publicadas em mini-séries e até numa anual gringa, essa última desenhada pelo brasileiro Mike Deodato.
Os roteiros não estão lá grandes coisas, mas achei que em questão de arte, essa coletânea trouxe boas surpresas, já que isso não é comum em especiais lançados por aqui. Pelo menos não os que vi ultimamente.
Escrito por Simon Spurrier e desenhado por Ben Oliver, Caça à Raposa, a história que abre a edição, é fraquinha e na minha opinião não merecia estar numa edição especial. Está muito bem desenhada, mas o ponto alto dela é o Wolverine vestindo uma fantasia de raposa. Simplesmente bizarro!
Pureza, escrito por Rick Remender é uma história curiosa, pois mostra um Wolverine toscão estilo caminhoneiro, xavecador estilo caminhoneiro, violentíssimo e ainda por cima sem honra nenhuma, dificilmente mostrado nesses tipos de história que se passam no Oriente, e onde mostram o lado espiritual de Logan. Peraí, Wolverine sem honra? O cara é quase um samurai, porra!
Belamente ilustrado por Jerome Opena, por vezes me lembrou o traço de Frank Quitely (X-Men e Authority), mas bem superior.
1001 Formas de Matar Wolverine, escrita por Christopher Yost e desenhada por Koi Turnbull, eu classificaria como uma história meio "weird" mas interessante, pois mostra algumas formas de como, supostamente, seria possível eliminar o carcaju cabeludo. Algumas "teorias" são bem loucas!
No melhor estilo "filme de terror da madrugada", Consequências Pertubadoras, roteirizada por Todd Dezago e desenhada pelo competente Steve Kurth, mostra o mutante enfrentando um zumbi e um vírus mortal numa estação da Antártida. Achei ela muito curta. Faltou a ação necessária para esse tipo de história, mas ela ficou legal no geral.
O Incrível Homem Imortal é a que mais tem cara daquelas histórias fora de contexto do personagem, própria para especiais. Mostra um submisso Logan servindo como atração de um circo de horrores e mais um caso de amor indo pra vala. Escrita por David Lapham e desenhada por Johnny Timmons. Não é o tipo de desenho que eu mais curto, mas caiu muito bem.
Homem Animal, escrita por David Lapham e ilustrada pelo próprio David Lapham com a parceria de
Stefano Gaudiano, mostra a história de um tiozinho louco que resolve dar uma de Wolverine usando facas no lugar das garras, como esse imbecil aqui. Uma boa maneira de mostrar que todos nós, fãs do personagem, um dia já imaginamos como seria ser como ele.
Belamente ilustrada por Kelly Goodine, A Bebê de Coney Island, é mais uma história "freak" que compõe essa edição. Com cenas violentas e bizarras como um bom filme de terror da madrugada! Os roteiros ficam por conta de David Lapham de novo. Por último, temos a história Roar, da qual já havia falado aqui anteriormente. Duane Swerczynski roteiriza uma treta entre o mutante e um lobisomem. A história é um suspense com elementos místicos. Mike Deodato está matando a pau nos desenhos. Achei muito massa.
Só um ponto que reparei nessa história e que talvez o tradutor não tenha percebido. Quando o Wolverine cita, durante uma visão mística onde vê uma comunidade indígena, que "Parte de mim quer procurar o Jim Morrison", a nota do tradutor explica quem foi Morrison, o que é muito embaraçoso pra quem não pertence a "geração Malhação". Acredito que a referência nesse caso, seja por causa da música "Peace Frog" do álbum Morrison Hotel de 70 que diz "Indians scattered on dawn's highway bleeding, Ghosts crowd the young child's fragile, Egg-shell mind" (tradução: Índios espalhados ensanguentados na estrada do amanhecer, Fantasmas povoam a frágil mente de casca de ovo da jovem criança) ou talvez, chutando baixo, pode ser uma referência jocosa ao filme
Wayne´s World 2, onde aparece sempre um índio pelado e o Jim Morrison nas visões de Wayne.
Bom, resumindo... achei a revista divertida e bem calcada na violência característica do personagem dos anos 80/90. As histórias agradaram pelo aspecto sombrio delas. Parecem mais aqueles curtas do Contos da Cripta e o Acredite se Quizer, que eu costumava assistir quando adolescente nas madrugadas da TV Globo. É tosco e por isso é divertido!
Nota: 9