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15 de dez. de 2012

Mitos do Design Gráfico


"Seja um revolucionário ou um cientista, não existe nada melhor do que derrubar teorias!" 


Existem algumas coisas que todos nós designers aprendemos na Faculdade e pelo que eu vi e entendi, são coisas que até os professores estão cansados de repetir várias vezes, aliás, algumas delas são coisas que dificilmente entravam na minha cabeça devido sua complexidade ou, como vocês verão à seguir, sua simplicidade no pensar... mas o fato é que, depois que vi uma matéria lá no DesignBR, esse lance todo de teorizar e nunca mais procurar respostas para aquilo que parece estar estabelecido, é uma grande furada que fazemos!

É por isso que eu curto ir atrás de mais informação. Sempre mais informação!

O texto em questão desmistifica, entre outras coisas, a Gestalt, a Proporção Áurea e a (sic!) Logomarca!


Então, vamos aos fatos:

1. Gestalt - Explica como vemos


A Gestalt é útil para descrever a percepção, mas não explica como ela funciona. Outras teorias tem maior poder explanatório, como é o caso da psicologia cognitiva, que mostra como a percepção é fruto de processos de pré-atenção, atenção e processamento cognitivo.

Sobre a Gestalt, Bruce, Green e Georgeson escreveram: "A teoria fisiológica dos gestaltistas ficou para trás, deixando-nos com um conjuntos de princípios descritivos, mas sem um modelo de processamento perceptivo. Ao invés disso, algumas das suas "leis" de organização perceptiva hoje parecem vagas e inadequadas. O que significa uma "boa" ou "simples" forma, por exemplo?" – Bruce, V., Green, P. & Georgeson, M. (1996). Visual perception: Physiology, psychology and ecology (3rd ed.). LEA. p. 110.

2. Diagrama de Gutemberg - Olhos percorrem layout do alto para baixo e da esquerda para direita 

Essa crença considera que a visão é um processo passivo, em que os olhos agem apenas como "scanners" percorrendo a página num caminho previsível. Aparelhos de eye-tracking tem demonstrado que cada ser humano percorre o layout de uma forma diferente, e o caminho que os olhos seguem é tão particular quanto sua impressão digital. Quer ver como os olhos varrem a página? Veja: http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=lo_a2cfBUGc

3. Cor - Sempre chama mais a atenção


No cérebro há duas áreas que processam os estímulos visuais. São chamadas de camadas magno e parvo. Antes mesmo de processar as cores, o cérebro processa o movimento, e ele tem precedência sobre as outras variáveis retinais. Para saber mais: http://www.labiutil.inf.ufsc.br/lia2-2.html

4. Proporção áurea - Cérebro prefere layouts que seguem essa proporção



O artigo científico "Misconceptions about the golden ratio" de G. Markowsky derruba mito por mito e descreve muito lucidamente sobre a "geometria sagrada" de Phi e dos números de Fibonacci, (que até então são relacionados com a ideia de que eles ocorrem quase obsessivamente na natureza, pintura, arquitetura, anatomia e incluindo a ideia de que o Parthenon grego seguia essa proporção, que Leonardo Da Vinci usava isso nos seus quadros, que o corpo humano segue o número de ouro etc., etc.). Tudo isto é no mínimo questionável, como mostrado emhttp://www.umcs.maine.edu/~markov/GoldenRatio.pdf, ou pra quem quer ler em português: http://fontesdeluz.blogspot.com.br/2012/05/nao-se-deixe-enganar-mais-equivocos.html

5. Fontes serifadas – São mais fáceis de ler do que as sem serifa


Ole Lund fez uma análise das principais pesquisas e experimentos que tentavam provar essa alegação e descobriu que nenhuma delas tinha êxito, como pode ser visto no livro Knowledge Construction in Typography.

6. Logomarca - Significa "significado do significado"


Aqui, Ricardo Martins, faz uma análise detalhada da mentira que espalham por aí, condenando o termo "logomarca".
E lembrem-se, logomarca não existe!

7. Diagrama de Garret - É um método para desenvolver sites.


No livro The Elements of User Experience Visual Design, Jesse James Garret apresenta um modelo que ajuda a DESCREVER como os sites são estruturados. Não é um método (caminho) indicando como fazer um site. O modelo de Garret está mais para uma "lista de ingredientes" do que para um "modo de fazer".



Fonte: RICARDO MARTINS, site DesignBr.

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