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6 de dez. de 2010

Resenha: Um Parto de Viagem


Quando fiquei sabendo da nova comédia do diretor Todd Phillips, o mesmo que rodou Se Beber Não Case, fiquei bem interessado em conferir, já que tinha curtido muito o último filme. Ainda mais com a presença de Robert Downey Jr. e Zach Galifianakis... não tinha como ser ruim!
Acabei meio que esquecendo da estreia do filme, mas dias desses ganhei dois convites para uma sessão no Cinemark e aproveitei para vê-lo. Se fosse ruim, pelo menos não iria sair um tostão do meu bolso. =)
O problema é que eu assisti ao trailer antes de ir e isso quebrou um pouco as surpresas no decorrer do filme. Bom, pelo menos eu aprendi que não se deve ver trailer de filme de comédia antes...
Mas isso não tirou minha opinião sobre ele.
Antes de falar mais um pouco sobre o filme, vamos a uma breve sinopse:

Peter Highman (Robert Downey Jr.) está longe de casa e vai ser pai pela primeira vez. Assim, tudo o que ele queria era acompanhar o parto de seu filho e para isso ele tem exatos cinco dias para chegar a Atlanta, algo que ele poderia fazer em algumas horas, com um simples vôo. Mas ele não contava em conhecer, no meio do caminho, o aspirante a ator Ethan Tremblay (Zach Galifianakis), alguém que irá transformar sua viagem de volta numa verdadeira loucura.


Ethan é o tipo de personagem em uma comédia que você por muitas vezes sentirá raiva só pelo fato dele existir. Pelo menos, foi o mesmo sentimento que tive quando assisti Debi & Lóide. Você consegue sentir até pena do cara, mesmo que ele só faça cagada!
Zach Galifianakis está muito parecido fisicamente de quando ele fez o Se Beber Não Case e em certas situações, no começo do filme, te levam a acreditar que será mais do mesmo, mas todos os trejeitos e maneirismos do personagem desse filme te afirmam o contrário. Ethan é um crianção,  o típico adulto que se nega a crescer, tanto que esconde sua verdadeira idade, assim como seu verdadeiro nome, preferindo o seu "nome artístico". Ele é meio afeminado, mas suficientemente escroto para demonstrar que essa "fragilidade" não passa, na verdade, de sua idade mental. Ele sonha alto em ser um grande ator de Hollywood, só que lhe falta muuuito talento. A cena do banheiro onde Peter o força a representar alguns personagens para ele é hilária e no final dramática! Gostei muito da atuação desses dois caras. Bom, sou fã de Downey Jr. desde Assassinos por Natureza, sempre achei o trabalho do cara bem legal, mas a construção do complexo personagem de Zach e sua interpretação foi perfeita!
Aliás, é bom que se diga, Robert Downey Jr. fez seu papel sob medida. É tipo do ator que não se importa se um colega brilhar mais do que ele. É clara a diferença entre esse personagem e seu mais recente sucesso em Homem de Ferro. O cara canastrão tá lá, mas bem mais comedido.
Suas piadas são poucas, até porque o "punchline" desse personagem não é algo muito visível em suas falas, e sim, para o contexto da história, nas situações a que ele é submetido. É algo corporal. Veja só em que estado ele chega no final do filme para comprovar.
Seu personagem é um cara totalmente centrado, cheio de pose e aparências e que tenta viver dentro das regras da sociedade, mas quando as coisas começam a sair do controle, vira um homem turrão, estressado e que tenta controlar suas crises de raiva.

Fazia muito tempo que não assistia uma comédia tão boa. Sem aquelas presepadas e paródias irritantes que dominaram todas as comédias americanas da atualidade. É uma comédia de situação, onde mostra aquele camarada pentelho e sem noção do qual você não consegue se livrar. Como definiu o próprio Phillips, é "uma comédia de amigos, mas sem a amizade". Ele explora nesse filme, as relações de fraternidade entre homens.
O cineasta, fã de gênios como John Belushi (do qual pretende produzir a cinebiografia), defende que a melhor época da comédia foram as décadas de 70 e 80, quando o politicamente incorreto ainda não era a regra e as pessoas se divertiam com um pouco mais que uma ou duas piadas de peido.
Todd Phillips faz, mais uma vez, uma comédia para homens se divertirem, mas isso não quer dizer que as mulheres não curtirão Um Parto de Viagem. Seu humor leviano e totalmente interligado ao mundo masculino pode às vezes chocá-las, mas qual mulher não se chocou enquanto ouvia pacientemente a conversa acalorada sobre qualquer coisa escatológica, de preferência algum podre do passado de seu namorado ou marido, numa dessas rodas de mesa de bar?
Esse excelente filme, espelha o clássico Antes Só do que Mal Acompanhado (1987) de John Hughes onde, dois personagens completamente diferentes, vividos por Steve Martin e John Candy, estão também incapacitados de viajar de avião e precisam aprender a confiar um no outro se quiserem chegar aos seus destinos.
 
 
 
O filme é cheio de desventuras em série e tem cenas hilárias e memoráveis como a cena dos dois chapados ao som de "Hey You" do Pink Floyd e "sexo solitário" que Ethan religiosamente emprega antes de dormir! A participação de Juliette Lewis como a "drug dealer" de Ethan só não é dispensável porque é nessa cena que o personagem de Downey Jr. recebe sua parcela de comicidade e brilho no filme.



O roteiro foi escrito por Alan R. Cohen e Alan Freedland e revisado por Adam Sztykiel. Due Date estreou nos EUA em 4 de junho e por aqui dia 05 de Novembro.
Se vocês não se importam em ver o trailer antes do filme, aí vai:






título original: (Duo Date)
lançamento: 2010 (EUA)
direção:Todd Phillips
atores:Zach Galifianakis, Robert Downey Jr., Michelle Monaghan, Jamie Foxx.

Curti muito o filme e recomendo.
Pra quem já assistiu e não gostou (o que acho bem difícil), pode até usar os comentários do blog pra opinar sobre isso. Pra quem curtiu, aconselho assistir o vídeo do "crítico" que gosta de Crepúsculo e chora no final de LOST e postar seus comentários por lá!
Nota: 09

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