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18 de dez. de 2009

Resenha: Avatar

Fiquei pensando em como começar a escrever sobre esse filme sem babar muito nos comentários, mas acho que vai ser uma missão ingrata e impossível.
Tudo foi muito fantástico!!
A começar pelo fato de que eu nunca tinha visto um filme em 3D. E já no primeiro que eu pego, é justamente esse... (Avatar é o primeiro filme lançado inteiramente em 3D).
A primeira cena é de arrepiar pra quem não tá acostumado com a sensação que um filme  com essa tecnologia pode trazer. Toda aquela movimentação dos soldados saindo da câmara criogênica, os cientista sobrevoando as câmaras, etc... Pô, parece que você tá lá dentro da tela, participando do filme e não o contrário! 

O filme é realmente surpreendente. As imagens são fantásticas, assim mesmo como todos os grandes sites, que assistiram primeiro, já anunciaram antes e apesar de muita gente ter falado que James Cameron certamente iria falhar no roteiro, bem isso não aconteceu.
A história é bem diferente do que estamos acostumados a ver no cinema, mas certamente é um assunto que normalmente se tornará recorrente por conta de todas as barbaridades que estamos presenciando acontecer em relação a natureza e ao planeta. Apesar do assunto ser, digamos, "modinha", não achei que Avatar se prestou a ser um filme ecochato como alguns levantaram por aí. A grande diferença desse filme é que o grande e poderoso exército americano se dá mal. Inclusive, durante a apresentação fiquei com dúvida se alguns americanos super-patriotas iriam mesmo gostar de tudo aquilo que estava sendo apresentado.

Só pra clarear para aqueles que ainda não assistiram, Avatar conta a história de Jake Sully (Sam Worthington), um soldado americano que perdeu os movimentos das pernas e é selecionado para uma espécie de programa de clones nomeado AVATAR, que combina o DNA de humanos e de uma raça alienígena, os Na´vi. O resultado é essencialmente o clone de um Na´vi que pode preservar a percepção de um humano.
O irmão de Sully foi o doador original e controlador de um desses avatares por um tempo determinado, mas sua morte trouxe problemas para a corporação responsável pelo projeto, que gastou milhões com o programa e seu treinamento. Agora, a solução é chamar Jake para que ele assuma o avatar do irmão, por dividirem o mesmo código genético, fator essencial para o controle do clone.
Apesar de ser um soldado, Jake fica no grupo dos cientistas, que acreditam que existem maneiras melhores de se resolver a situação do povo Na´vi, sem que eles sejam massacrados com a intenção de deslocar esse povo de sua casa, a Grande Árvore, em consequencia da exploração de um minério que uma grande empresa de mineração está interessada. Mas o exército tem outras intenções e maneiras de se encarar o problema, e para isso, promete a Jake que se ele ajudar, ele será recompensado. Poderá andar novamente.



O planeta Pandora é outro ponto importante no filme. Pandora é um planeta selvagem e exótico, e parece ter saido de uma viagem a base de muito ácido lisérgico... ou de capas de vinis antigos de bandas de rock n´roll dos anos 70. A grande diferença, foi ter assistido a esse filme em 3D.
Os cenários, as criaturas do planeta, os Na´vi e a floresta, são imagens espetaculares!

A partir do momento que o soldado começa a interagir com os habitantes de Pandora, tudo vai mudando na sua cabeça. Mas se eu contar mais estraga o filme...

Só preciso dizer que o povo Na’vi é cativante. Eu não posso afirmar com certeza isso, mas acredito que os roteiristas e Cameron se basearam na cultura Hindu para criar muitos elementos do filme. A começar pelo lance do avatar em si.
Avatar, pra quem não sabe, vem do sânscrito Avatāra, que significa "Aquele que descende de Deus", ou simplesmente a "encarnação". Qualquer espírito que ocupe um corpo de carne, representando assim uma manifestação divina na Terra.
Os avatares hinduistas eram todos representados como criaturas de pele azul, assim como no filme.
O cumprimento deles "Eu estou em você" nada mais é que o famoso "Namastê".
Toda a ligação desse povo com a natureza e os seres viventes tem muito a ver com o budismo também. Uma das cenas que me marcou bastante foi a maneira como eles encaram a morte e a ideia em si da morte. "A Terra te empresta parte dela (a matéria, átomos) para que você possa viver nela e quando você morre você devolve à ela"!
Há grandes similaridades também com uma estrutura tribal africana, por exemplo, e aparentemente as culturas indígenas.




Voltando a caracterização dos personagens Na´vi, a atriz Zoe Saldana me surpreendeu. Ela está perfeita no papel de Neytiri. Muito bem representado.
Os outros habitantes igualmente, como Mo´at, a matriarca do clã, Eytukan, o patriarca e pai de Neytiri, e Tsu´Tey o grande guerreiro do clã. Impossível não reconhecer que os atores que representam esses personagens são afro-descendentes.

Os outros personagens da trama também estão muito bons, é legal ver Sigourney WeaverDra. Grace Augustine) num filme de Sci-Fi novamente. Stephen Lang como o Cel. Quaritch está o perfeito motafucka badass. Ô sujeitinho difícil de morrer! (
Michelle Rodriguez, que nunca vai se livrar do estigma de mulher-macho (apesar de parecer não fazer questão nenhuma do contrário) como a piloto de um dos helicópteros, Giovanni Ribici, como o ganancioso administrador da mineradora e o próprio Sam Worthington, que já tinha mostrado antes em Terminator 4 que era um bom ator.



Mais da metade do filme é feito em CG e é um dos melhores trabalhos de computação gráfica que vi até hoje. A fotografia também. James Cameron soube fazer o melhor com a tecnologia 3D avançadíssima que tem em mãos.
A trilha sonora está muito boa, apesar do momento "Celine Dion" do final... 

Avatar nos mostra alguns valores dos quais o ser humano está se afastando aos poucos, como a conservação do planeta e a integração numa comunidade.  A cada dia que ficamos mais próximos da tecnologia, seja em nossos computadores ou em nossas grandes maquinas de fazer progresso, nos afastamos cada vez mais da ligação com nosso planeta e de sua conservação. Perdemos o respeito pela natureza e acabamos mais primitivos do que um povo que ainda usa flechas e vive em cabanas. Valores esses que estão em baixa hoje em dia e são considerados por alguns como se fosse uma piada.

Não dá pra desconsiderar pelo menos a boa mensagem que o filme trouxe.




Nota: 10!

2 comentários:

  1. Poxa,..me amarrei no blog, e nos seus traços,...muito excelente, parabens!

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  2. Otimos efeitos, roteiro cliche,para mais detalhes do que eu achei do filme,veja aqui:

    http://caveabovethemansion.blogspot.com/2009/12/short-reviews-avatar-de-james-cameron.html

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