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30 de abr. de 2009

Resenha: Wolverine Anual #3

capa feita por Deodato

O filme que mostra a "origem" do mutante canadense Wolverine se aproxima da estréia mundial.
Não comentei nada aqui até então, por falta de tempo mesmo.
Já adianto pra vocês que já assisti ao "filme". Assim, entre aspas mesmo, já que foi aquele que vazou na internet e não tem os efeitos especiais. A impressão que dá é que esqueceram de colocar o roteiro também.
Mas isso é um assunto pro próximo post...

Vou falar hoje da recém lançada revista Wolverine Anual #3.
A Marvel, aproveitando a onda do filme, anda fazendo uns lançamentos especiais do carcaju pra molecada que não conhece, conhecer e para aqueles que são fãs, torrarem seu rico dinheirinho em bobagens... ou não.

Por exemplo, nos EUA, Wolverine #73 será publicada duas semanas após a estréia do filme (13 de maio), e terá histórias à parte da cronologia que está rolando atualmente, a saga Old Man Logan, de Mark Millar. É pra aproximar novos leitores mesmo...
O curioso da coisa é que, uma semana depois desse lançamento, será lançada a #72...
O arco retorna normalmente na #74, ainda em Maio, com sua conclusão.
Essa Marvel às vezes (às vezes?!?) é muito safada.
Fora a (re)reedição de Arma X, a Panini lançou por aqui, nesse mês de Abril, outras 4 revistas do baixinho. Que são:

As duas primeiras eu estou seriamente pensando em comprar, já que são desenhadas por dois feras nos quadrinhos de quem eu sou muito fã, John Romita Jr. e Eduardo Risso. Eu, Wolverine eu li quando foi lançada originalmente em formatinho, lááá pelos idos anos 80. Tenho até hoje e acho uma série muito boa. À partir dela é que eu comecei a desenhar bastante e a acompanhar o personagem. Recomendo a compra também.
Duro de Matar já acho meio caça-níquel. Não achei ela tudo isso pra merecer um encadernado. Mas voltando ao assunto... as histórias apresentadas, reuném aquelas publicadas em mini-séries e até numa anual gringa, essa última desenhada pelo brasileiro Mike Deodato.
Os roteiros não estão lá grandes coisas, mas achei que em questão de arte, essa coletânea trouxe boas surpresas, já que isso não é comum em especiais lançados por aqui. Pelo menos não os que vi ultimamente.


Escrito por Simon Spurrier e desenhado por Ben Oliver, Caça à Raposa, a história que abre a edição, é fraquinha e na minha opinião não merecia estar numa edição especial. Está muito bem desenhada, mas o ponto alto dela é o Wolverine vestindo uma fantasia de raposa. Simplesmente bizarro!
Pureza, escrito por Rick Remender é uma história curiosa, pois mostra um Wolverine toscão estilo caminhoneiro, xavecador estilo caminhoneiro, violentíssimo e ainda por cima sem honra nenhuma, dificilmente mostrado nesses tipos de história que se passam no Oriente, e onde mostram o lado espiritual de Logan. Peraí, Wolverine sem honra? O cara é quase um samurai, porra!
Belamente ilustrado por Jerome Opena, por vezes me lembrou o traço de Frank Quitely (X-Men e Authority), mas bem superior.
1001 Formas de Matar Wolverine, escrita por Christopher Yost e desenhada por Koi Turnbull, eu classificaria como uma história meio "weird" mas interessante, pois mostra algumas formas de como, supostamente, seria possível eliminar o carcaju cabeludo. Algumas "teorias" são bem loucas!
No melhor estilo "filme de terror da madrugada", Consequências Pertubadoras, roteirizada por Todd Dezago e desenhada pelo competente Steve Kurth, mostra o mutante enfrentando um zumbi e um vírus mortal numa estação da Antártida. Achei ela muito curta. Faltou a ação necessária para esse tipo de história, mas ela ficou legal no geral.
O Incrível Homem Imortal é a que mais tem cara daquelas histórias fora de contexto do personagem, própria para especiais. Mostra um submisso Logan servindo como atração de um circo de horrores e mais um caso de amor indo pra vala. Escrita por David Lapham e desenhada por Johnny Timmons. Não é o tipo de desenho que eu mais curto, mas caiu muito bem.
Homem Animal, escrita por David Lapham e ilustrada pelo próprio David Lapham com a parceria de Stefano Gaudiano, mostra a história de um tiozinho louco que resolve dar uma de Wolverine usando facas no lugar das garras, como esse imbecil aqui. Uma boa maneira de mostrar que todos nós, fãs do personagem, um dia já imaginamos como seria ser como ele.

Belamente ilustrada por Kelly Goodine, A Bebê de Coney Island, é mais uma história "freak" que compõe essa edição. Com cenas violentas e bizarras como um bom filme de terror da madrugada! Os roteiros ficam por conta de David Lapham de novo.
Por último, temos a história Roar, da qual já havia falado aqui anteriormente. Duane Swerczynski roteiriza uma treta entre o mutante e um lobisomem. A história é um suspense com elementos místicos. Mike Deodato está matando a pau nos desenhos. Achei muito massa.

Só um ponto que reparei nessa história e que talvez o tradutor não tenha percebido. Quando o Wolverine cita, durante uma visão mística onde vê uma comunidade indígena, que "Parte de mim quer procurar o Jim Morrison", a nota do tradutor explica quem foi Morrison, o que é muito embaraçoso pra quem não pertence a "geração Malhação". Acredito que a referência nesse caso, seja por causa da música "Peace Frog" do álbum Morrison Hotel de 70 que diz "Indians scattered on dawn's highway bleeding, Ghosts crowd the young child's fragile, Egg-shell mind" (tradução: Índios espalhados ensanguentados na estrada do amanhecer, Fantasmas povoam a frágil mente de casca de ovo da jovem criança) ou talvez, chutando baixo, pode ser uma referência jocosa ao filme Wayne´s World 2, onde aparece sempre um índio pelado e o Jim Morrison nas visões de Wayne.


Bom, resumindo... achei a revista divertida e bem calcada na violência característica do personagem dos anos 80/90. As histórias agradaram pelo aspecto sombrio delas. Parecem mais aqueles curtas do Contos da Cripta e o Acredite se Quizer, que eu costumava assistir quando adolescente nas madrugadas da TV Globo. É tosco e por isso é divertido!






Nota: 9

29 de abr. de 2009

Resenha: Val #3 (Papo de Quadrinho)

Você não pensou que eu faria uma resenha sobre algo que participei, né?
Muita cara de pau mesmo. Heh he he.
Mas o Papo de Quadrinho fez isso!

A notícia já tinha sido dada pelo Jota no blog anteriormente, mas até então, ele só tinha lido a história que eu fiz. O preview da revista.
Trata-se da mesma história que está na revista só que colorida. Foi uma idéia que eu tive para chamar a atenção da galera, ver que o material era legal, bem feitinho e para que, obviamente, isso pudesse aumentar as vendas da revista, já que ninguém curte comprar nada "no escuro". Nós leitores adoramos folhear a revista antes de comprar certo?
O Vagner aprovou e então tocamos o projeto! Ele foi o encarregado do marketing, montar o site, etc.

Eu fui "comendo" pelas beiradas e fazendo contato com a galera que eu conhecia que trabalhava no ramo dos quadrinhos.
É assim que funciona uma parceria.
E deu certo!

Temos recebido vários elogios de leitores e formadores de opinião. Isso é legal. Dá um gás pra continuar já que nós invariavelmente acabamos nem recebendo pelo trampo.
Por isso seu nerd safado, compre logo seu exemplar!!!
Quem sabe na próxima nós poderemos deixar de fazer trabalho escravo pro Vagner! =)

Agora, falando sério, o Jota resenhou a revista e classificou como "Humor Inteligente". Ah, lá, hein?
Já falei pro Vagner Francisco que ele tá mandando muito bem nos roteiros.
Sobrou até pra mim nos elogios da resenha.
É isso aí, quando a gente faz alguma coisa de coração, sai bem redondo mesmo.

Vou aproveitando a oportunidade para anunciar que a edição 4 está prevista para Maio e que estarei de novo desenhando uma história do "cara" (não o Lula, o Val).
Garanto que ela tá bem legal e recheada de participações heróicas!

Yes, we can!

Se caso vocês tiverem mais informações sobre resenhas da revista mandem um recado, comentário, sinal de fumaça, pedra, qualquer coisa.

As 70 Melhores da Marvel

A Marvel Comics está comemorando seus 70 anos de existência e está promovendo em seu site, uma votação para eleger as 70 melhores capas das revistas em quadrinhos lançadas pela editora de 1939 até os dias de hoje.

escolha n° 01

Achei a iniciativa bem legal.
Não tive tempo ainda de ver tudo, mas existem capas muito boas e curiosas. Confesso que foi difícil escolher as minhas preferidas.
A parte ruim é essa... Você só pode escolher 5 capas.

escolha n° 02

escolha n° 03

escolha n° 04

Outra coisa que me desagradou foi a interface do programa. Primeiramente, as capas abrem separadas e aleatoriamente, mas você pode escolhê-las por ano, autor, personagens, séries, criador ou artista.
A idéia acaba se tornando um verdadeiro passeio pela história da editora e o curioso é ver que existem várias capas maravilhosas, como essa abaixo da Elektra, belissimamente ilustrada por Greg Horn. Porém em contrapartida, colocaram muita capa tosca para concorrer!

escolha n° 05
Outras apresentam personagens que não apareceram por aqui ou que são pouco conhecidos, como é o caso do nosso amigo Buzz, uma versão do Jaqueta Amarela misturado com o Aranha que foi publicada na revista da filha do Teioso, a Garota-Aranha.

Outra coisa que me chamou a atenção são as capas relativamente parecidas.


Então é isso, passe por lá, faça sua pesquisa nas 70 capas e vote nas suas 5 melhores!

Vocês podem conferir bizarrices do naipe dessa, que emula a capa do Cavaleiro Das Trevas...

...e preciosidades como essa de 1942.

Geralmente esses dois exemplos acima são os mais citados entre a galera que malha os fanzines ou quadrinhos independentes nacionais. É, os grandes também erram, não?

fonte Universo HQ

27 de abr. de 2009

Esquenta para o HQMix

Saiu a listagem dos lançamentos de 2008 que serão votados no próximo mês de Maio para a entrega do Troféu HQMIX 2009. A informação está disponível no próprio site do HQMix.

O que me deixou surpreso além do fato de eu estar entre os selecionados na categoria Desenhista Revelação, foi o de constar meu nome também como Roteirista Revelação, pela história Retrato de uma Vida!!!
Cara, que massa!
A outra boa notícia é que o nossa revista coletiva Subversos #3 também foi selecionada e está concorrendo para a votação como Melhor Revista de Grupo!

Quando tiver mais notícias posto elas por aqui!

Mirza - A Mulher Vampiro de Eugênio Colonnese (1929-2008) será a estatueta
moldada por Olintho Tahara para o 21° Troféu HQMIX

25 de abr. de 2009

Cruzamento de Cruz-Credo

Você sabe o que daria misturar o Cid Moreira com o Coringa?
Isso aqui ó:

Aí ele diria: "O que é isso, mestre dos sortilégios? Por que tão sério? ...Boa noite."

24 de abr. de 2009

Resenha: A Gozadinha Capitu

Baseada em reuniões informais de um grupo de amigos, nas quais só havia espaço para besteirol e filosofias baratas de botequim, o que era pra ser mais um blog debochado acabou se tornando uma ótima revista de humor.

CAPITU!

A publicação além de trazer histórias em quadrinhos, charges e até passatempos, trás o melhor do jornalismo mentira com pitadas de inteligência e senso crítico.
A primeira edição está redondíssima!
Tomei conhecimento da dita, zapeando por blogs e etc e depois de ver alguns previews achei que valeria a pena "importar" uma. Digo isso, porque CAPITU só está a venda em bancas capixabas (será que isso já mudou e eu não sei?) e o melhor jeito de adquirí-la, se você é do Sudeste assim como eu, é encomendando a bixinha com os editores!

O que mais me chamou a atenção nos previews, abre a primeira edição da revista. Uma propaganda da Burlesco Crime trazendo a incrível história de investimento financeiro do menino marotinho Geraldo! (só vendo pra crer!).
As propagandas da Lactívia na revista estão um primor! Muito engraçadas.

Agora, vamos falar do "cuntiúdo". Os desenhos estão muito responsa! Turbay e Fat mandaram muito bem neles. A pin-up de Hanna, por Hector Rodriguez está de babar! O texto do Bushido está muito legal. Aliás, tem futuro esse Sacramento aí, viu? Constituição de 1988 também me agradou muito.
As histórias em quadrinhos idem.

A revista saiu com uma tiragem de mil exemplares, e conta com a colaboração de outros desenhistas e escritores além dos editores da bagaça que são lá do Espírito Santo, o jornalista Sacramento de Oliveira e o cartunista Fábio Turbay.
Melhor que a MAD e mais barata que a Playboy, Capitu #1 custa apenas R$ 4,90 e tem 44 páginas de puro humor brincalhão.
A capa é colorida, mas o miolo é em p&b. A publicação conta com o apoio da Lei Rubem Braga.
A edição também pode ser encomendada com os editores, através do e-mail revistacapitu@gmail.com.

Agora que Capitu conquistou o meio físico através do papel, não poderia deixar de estar rondando pela internet. Se você se interessou e quer saber mais, visite o blog da safada aqui.

Parabéns aos editores e artistas da revista.
Capitu está redonda... mas muito gostosa!


PS. Cara, deu vontade de participar disso!

23 de abr. de 2009

HQ Nacional é mesmo uma piada?

E volta a discussão... quadrinho nacional é mesmo uma piada?!?

Essa semana no site Universo HQ, Marcus Ramone teceu alguns comentários pertinentes acerca do assunto.
Segundo ele afirma: "...nos quadrinhos o amadorismo e o diletantismo são algumas das principais pragas que levam a HQ nacional a um estado de letargia em que vale muito mais um punhado de fãs (ou bajuladores) do que a busca pela melhoria da qualidade dos trabalhos".

Olha, concordo em partes com ele, mas é bom deixar claro que muitos estão suando a camisa pra fazer uma coisa decente. Tanto no que se refere a arte ou roteiros quanto a produção da revista em si. Mesmo sem editoras bancando, tenho visto muita revista sair aí de forma independente e com qualidade superior de capa e miolo. Bem melhor que muita editora "mainstream".
Ainda assim, sinto falta de um bom roteiro na maioria das revistas. Não que não existam bons roteiristas, mas me parece que o Brasil carece de um Neil Gaiman na produção nacional, não?
Não é a toa talvez que houve uma enxurrada de revistas baseadas em obras literárias ultimamente.

No quesito desenho, acho que temos pontos muito positivos ainda e que não deixam a peteca cair.
Falar de , Moon e Grampá hoje, talvez, é "chover no molhado", mas se a gente olhar pra trás, vamos ver Angeli, Laerte, Spacca, Gonzales e tantos outros, provarem que de desenhistas estamos bem obrigado!
Isso sem falar nos "gringos" Marcelo Campos, Cruz, Deodato e o talentoso Ivan Reis!

No texto ele elege os "culpados", faz uma reflexão sobre qual é a contribuição de quadrinhistas, leitores, editoras e sites especializados para sanar esse problema do mercado nacional de HQs.

Acho que o ponto que ele tocou sobre a falta de autocrítica (olha a reforma ortagráfica aê, gente!) dos quadrinhistas está corretíssima e dá pra perceber que muitos fazem as coisas mesmo nas coxas e ainda querem colocar a culpa na falta de apoio para publicação. Sempre que converso com aspirantes à quadrinistas (assim como eu) dou esse toque: "Estudem muito! Estudem mesmo!".
Tem que ler muito e fazer desenho todo dia, nem que seja apenas um rabisco.

Se por um lado o que se vê é muito trabalho ruim, daqueles que nunca encontrarão uma editora disposta a publicar, por outro a internet está aí com suas facilidades de se criar blogs, tiras e "webcomics" pra salvar essa galera. E dependendo da propaganda elas são até bem "baixadas" ou vistas.
Nesse ponto, até defendo o fato de que muita coisa ruim foi feita na época que os quadrinhos começaram a bombar nos EUA também.
Não é a toa que eram baratos e feitos em papel jornal.

Então, não vejo a obrigatoriedade de que por aqui isso tenha que ser diferente.

Mas para que não fique só a impressão de que o texto são apenas críticas, ele cita que no meio disso tudo ainda aparecem trabalhos excelentes, e que somos um país que continua sendo um celeiro de grandes artistas do traço.
Sei que nesse caso todas as críticas são, com certeza, construtivas, mas toda vez que é falado sobre quadrinhos nacionais geralmente é feito um balaio aí que acaba deixando muita galera boa de fora e se inaltecendo o que é ruim. E quando fala da galera boa, tô falando dos profissas. Alguns citados aí em cima.

Ramone ainda fala sobre o leitor, em sua maioria, preconceituosos que não querem ou não conseguem separar o joio do trigo. O famoso "É nacional? Então não presta".
Das editoras de quadrinhos, que estão fazendo a parte delas, ou seja, buscando lucro. O que muito quadrinista não entende, achando que elas são entidades filantrópicas.

Gostei do "acorda" que Ramone dá àqueles que criticam as HQs gringas de super-heróis como se fossem feitas apenas para os descerebrados. Quando adolescente, li muita coisa ali que me fez crescer mais esperto. Tirando o fato de que são ótimos exemplos para se tirar desenhos e treinar o traço.
Hoje, não acompanho tanto essas revistas de heróis quanto antes, por quatro motivos: Preço (levando em consideração o segundo item), muita interligação nas revistas (você é obrigado a comprar várias para entender metade de uma história), os mixes (geralmente são inseridas histórias muito ruins) e o principal... roteiros ruins.
É, não é só aqui que acontece esse "fenômeno".

Ainda leio algumas coisas. Acho que nunca vou parar de ler super-heróis. Mas que sejam em especiais, mini-séries e/ou sejam apenas bem feitos, o que ultimamente está difícil.
Cansei de comprar porcaria!

Sei que me extendi bastante comentando a matéria do UHQ aqui, e expus quase tudo aquilo que foi falado lá, mas se caso você ainda não leu, vale a pena dar uma passada por lá e conferir. (clique aqui para ver a matéria completa)
Também acho que é interessante que aja debates sobre isso, para que surjam soluções e iniciativas e que de uma vez por todas a gente não precise passar vergonha ou preconceito por ser quadrinista nacional!

É isso!

Desenho feito pelo Ronaldo Barata que ilustra a matéria. Muito bom! =)

21 de abr. de 2009

Usagi Yojimbo

Tenho estado afastado do blog por um tempo, pois além de estar trampando muito, quando tenho um tempo, acabo fazendo algumas coisas relacionadas aos meus projetos em Hqs. Mas uma coisa que não deixo de fazer, é ler.
E agora entre o final de Março e começo de Abril estive lendo uma grande HQ. Aliás três!!!
E achei que seria legal compartilhar com vocês da experiência.

Primeiro é bom dizer que a descoberta dessa HQ se deu através de várias dicas dadas nos livros do grande Scott McCloud.
Estou falando do coelho samurai Usagi Yojimbo, um personagem antropomórfico baseado num samurai de verdade chamado Miyamoto Musashi. Fiquei curioso se aquele personagem orelhudo era assim tão bom quanto Scott declarava e resolvi comprar para avaliar.
Achei três volumes, mas como eu estava durango no dia escolhi comprar apenas dois.

O primeiro que li foi "Ronin". Não sei se existe uma sequência certa para essas hqs, mas me baseei na data das capas para começar a leitura. Ronin é de 1986/87 e acabei lembrando durante a leitura que era a mesma época em que as Tartarugas Ninjas estavam estreando um desenho animado na TV e já fazendo certo sucesso.
Na verdade, tanto Usagi quanto as Tartarugas estrearam em 84 em quadrinhos. E acho que uma coisa tem haver com outra no final. Muita coisa lida ali remete às Tartarugas. Tanto que Usagi acabou participando do desenho das Tartarugas e elas numa hq do coelho samurai.
Mas Usagi é bem melhor que as verdinhas nos quadrinhos, com certeza.

Achei os desenhos de Stan Sakai muito bons. Com certeza ele não é um desenhista preguiçoso e taí o toque pra galera que quer ser desenhista. Os cenários são espetaculares, muito bem detalhados. As linhas, os traços, as rachuras muito bem distribuidos. Excelente!
Agora entendi. Não foi à toa que McCloud cita Sakai em seus livros.

Existe muita ação nas histórias e consequentemente lutas... mas, apesar disso, uma curiosidade é que as lutas são leves e dificilmente se vê sangue, o que pode desagradar alguns.

Algumas lembraram muito as lutas retratadas em outra HQ. A do bárbaro Groo, desenhado por Sérgio Aragonés. Com o passar do tempo acabei descobrindo que Sakai é fã de Aragonés e muito do que ele apresenta é uma homenagem ao mestre. Um Groo no melhor estilo "suíno" chega a cruzar com Usagi na HQ Ronin.

Destaque dessa edição para as histórias "O caçador de recompensas I e II" onde aparece o personagem Gennosuke, um rinoceronte mercenário, mestre em Kenjutsu e outra história muito interessante é a que apresenta Ino, "O Porco Espadachim Cego".

A outra edição traz o nome do código de honra que regia a vida dos samurais, "Bushido".
Nela é mostrado o retorno do espadachim cego e a fantástica e aterrorizante "A lâmina dos deuses" que apresenta o personagem demônio que aparece no final da hq Daisho, lançada recentemente.

Aliás, pouco foi publicado do Coelho Guarda-Costas aqui no Brasil que já chegou ao número 100 lá fora, no final do ano passado. Sei que a Via Lettera publicou esses três volumes, que são: Ronin, Bushido e Samurai. Essa última é a que eu não tenho.
Vi recentemente, na FNAC, uma que foi lançada pela Devir, chamada "Sombras da Morte" da qual participam as Tartarugas Ninjas.

Por fim, vamos falar de Daisho.

Daisho

Comprei essa na semana passada.
A revista está fantástica! Os desenhos estão melhores, a ação e o roteiro estão redondos e se você, assim como eu, se encanta pela cultura e pelo folclore nipônico, pode comprar sem erro.
Aliás, aconselho a comprar todas essas que falei logo acima! (Via Lettera e Devir, quero a minha parte em quadrinhos, pelo jabá, hãn?!)


A edição abre com uma história bem Taoísta, mostrando um monge que ensina Usagi sobre a música de uma flauta antiga e compartilha com ele de seu maior sonho, ouvir a
"A Música do Céu". A próxima mostra Usagi envolvido num duelo por dinheiro, o que achei ser a continuação de alguma outra história da qual eu ainda não li.
A história que comanda essa edição é sobre suas espadas, daí o nome da revista: Daisho, que significa o conjunto das duas espadas usadas pelos samurais, a mais longa, chamada de Katana e a menor chamada de Wakizashi.
Um enraivecido Usagi sai à caça do líder de um grupo de bandoleiros que as roubou e para recuperá-las, ele se unirá a dois mercenários. Um deles muito conhecido de quem acompanha suas aventuras.
Os detalhes de como uma espada de samurai é feita e do que ela representa para o samurai é uma divertida lição de História!

Portanto, Usagi Yojimbo, não é mais uma história de “bichinhos engraçados”. Apesar do humor, as histórias têm ação, muita ação e por vezes é emocionante. E o aspecto histórico de Usagi é fantástico, tornando as histórias mais autênticas, apesar de serem estreladas por animais falantes.

Stan Sakai é um velhinho muito criativo! Eu me identifiquei muito com ele, pois é mais ou menos isso que quero fazer com meus personagens samurais. Além disso suas maiores influências são quase as mesmas que as minhas, entre elas Sergio Aragonés, Milo Manara, Moebius, Jack Kirby, Carl Barks e Akira Kurosawa.

Stan também é um premiado letrista por seu trabalho na série Groo, de Sérgio Aragonés, nas tiras dominicais do Homem-Aranha e em Usagi Yojimbo. Recebeu vários Eisner Awards e um Inkpot Award.

13 de abr. de 2009

A Loja dos Super-Heróis

Se você é um desses super-heróis americanos sem criatividade para fazer seu próprio uniforme, seus problemas acabaram!!!
Foi aberta em Nova Iorque, na 5ª Avenida uma loja muito legal para suprir os problemas do herói que há em você!

A Brooklyn Superhero Supply Co. é uma loja que oferece além de utensílios, equipamentos, manuais, materiais de robótica e cibernética, super veículos, capas e disfarces para identidades secretas!

No site da loja é possível até imprimir um certificado de heroismo!
Em breve, as seções de suprimentos estarão abertas para visitações.

Cara, que legal seria se tivesse algo assim por aqui, não?
Se você conhece alguma loja assim no Brasil, mande o endereço ou o site nos comentários!

8 de abr. de 2009

É a crise!!!

...E cada um se vira como pode.

Que chato, hein?!
Festa surpresa pra quem né? hahahahaha...

Treko Estrelar

Acho que todo mundo já tá sabendo que o filme Star Trek, dirigido pelo criador de LOST e ALIAS, J.J. Abrams, está para estrear agora no dia 08 do mês de Maio, certo?

A série, batizada aqui no Brasil de
Jornada nas Estrelas, fez sucesso na década de 60 e logo depois nos anos 70 e 80 através de reprises.
Eu sinceramente não curto tanto assim a série, mas lembro que quando era moleque assistia, se não me engano na
Bandeirantes ou na Record. Ou seja, não sou Trekmaníaco (ou qualquer outro nome que dão para os fãs da série), mas sei algumas coisas como o cumprimento do Sr. Spock, por exemplo!

Tá. Não grandes coisas...

O fato, é que o meio-humano/meio-vulcano Spock, interpretado pelo ator Leonard Nimoy, foi um personagem emblemático pra muita gente. Acho que até para o ator, já que ele é mais conhecido por interpretar o destemido e calculista Oficial de Ciências / Primeiro Oficial da Frota Estelar.
Acho que muita gente curtia o cara porque ele apresentava um conflito interno permanente entre a razão e a lógica da sua metade vulcaniana e da emoção e da intuição de sua metade humana. Um personagem deveras psicológico. E isso sempre atraiu muita gente, que se identifica com ele.

Taí o velho Stan Lee pra provar que personagens com problemas e conflitos são interessantes.

A versão atual do filme trás o ator Zachary Quinto (eu disse Quinto), o Sylar de HEROES, como o novo Sr. Spock.

Zachary Quinto e Leonard Nimoy como Spock

Achei a caracterização interessante! Ficou bem próximo. A dúvida agora é saber se interpretando será a mesma coisa.
Vi alguns posteres e propagandas do filme e achei as fotos e poses meio estranhas, meio "posers", sei lá!
Apesar do fracasso de bilheteria das últimas aventuras, Jornada nas Estrelas retorna em sua 11ª encarnação e vai mostrar os primeiros dias do Capitão (?) James Kirk e seus amiguinhos da nave USS Enterprise.
Talvez eu veja assim que sair em DVD.

Eu fiz uma singela homenagem ao filme e estou postando aqui o desenho que eu fiz do Zachary Quinto (eu disse Quinto) como Spock.

4 de abr. de 2009

Tiras do Submundo: Belindo, ô menino feio!

clique para ampliar

Eu estou refazendo minhas tiras antigas. Aproveitando minha pen-tablet e um certo conhecimento no Photoshop, resolvi dar um up nelas.
Essa série de tiras eu fiz em 2005 para concorrer no Salão de Humor de Piracicaba. Foram as primeiras e (por enquanto) únicas tiras das quais ganhei premiação!
Mais pra frente tem mais!

2 de abr. de 2009

Extras! Extras!

Ainda estou um pouco na "onda" do filme Watchmen.
Apesar do filme já estar capengando nos cinemas e de ser motivo de muita discussão, choro, críticas e defesas inflamadas por parte dos milhares de fãs da revista em fóruns, blogs e Orkuts da vida, ainda estou na "vibe". Principalmente quando amigos que não conheciam a revista, me falam que já foram atrás e começaram a ler a obra, depois de terem se encantado com o filme.
Fico me perguntando: "
Qual será a reação desse povo ao constatarem que a HQ é muuuito superior ao filme?".
Essa é uma resposta que vou querer ouvir.

Mas o que me trouxe aqui hoje, foram os extras especiais que foram produzidos para o filme. Ou em decorrência do filme, melhor dizendo.
Uma animação e um documentário... "fake". Como se sabe, o tempo da película foi encurtado, apesar das duas horas e quarenta e cinco minutos, muita coisa ainda ficou de fora. Provavelmente cenas como as conversas entre o jornaleiro e o garoto afro-americano foram filmadas, mas ficaram de fora e isso era o que dava o "link" para os Contos do Cargueiro Negro, a animação.

A chamada "história dentro da história" vai ser distribuida pela Paramount Home Entertainment aqui no Brasil à partir de 27 de Abril e foi produzida em associação com a Legendary Pictures. O diretor Zack Snyder e sua galera, onde inclui-se aí sua esposa, assim como no filme assinam a produção executiva da animação.

Contos do Cargueiro Negro era a história em quadrinhos que era lida por um garoto que ficava encostado numa espécie de bomba de abastecimento para carros elétricos ao lado da banca de jornais, ouvindo os papos conspiratórios do jornaleiro Bernard. Enquanto isso, a saga pirata da qual a revista tratava se desenrolava mostrando a jornada de um capitão abandonado ao mar depois de ter seu navio pilhado e afundado por um sinistro navio pirata.
Durante sua trajetória, o jovem capitão passa por horríveis eventos e ao superá-los, estes parecem refletir no mundo de Watchmen.

Como já havia falado aqui, eu não curto muito essa história, mas sei de sua importância para a trama.
Achei a animação em geral muito bem feita e por vezes, seu estilo me lembrou aquela animação antigona do SPAWN.
Ainda assim não mudou minha opinião sobre a história e longe do contexto do filme, já que as cenas das conversas na banca não existem, ela perde ainda mais a força que tem para a trama.

Nota: 6


A reveladora autobiografia de
Hollis Mason, Sob o Capuz (Under the Hood), foi apresentada sempre no final das revistas que compunham a mini-série original de Watchmen e narrava, como se fosse um apanhado de partes do livro, os acontecimentos da vida de Mason e o que o levaram a se tornar um vingador mascarado, o primeiro Coruja (Nite Owl). O livro conta como os Minutemen se formaram, além de apresentar as pessoas que fizeram parte de sua vida como Sally (a Silk Spectre original), o Comediante e o vilão Moloch, o místico.

A idéia foi passar esse tipo de informação através do que seria um documentário, realizado em 85, onde um típico apresentador americano resolve fazer uma revisão de seu próprio programa, este de 10 anos atrás, onde ele entrevistava Manson, na época de lançamento de seu livro.

Sob o Capuz é um documentário fictício e é dirigido por Eric Matthies e escrito por Hans Rodionoff.

Achei muito bem feito e talvez tivesse saído perfeito se eles tivessem caprichado ainda mais nas montagens feitas nas fotos apresentadas no começo. Isso me deu a impressão de que o documentário não seria assim tão bom, que eles tentariam colocar elementos que simulassem gravações antigas e que isso sairia muito forçado, mas essa impressão é logo dissolvida quando Hollis começa a explicar suas motivações, o Coruja dá as caras e a primeira propaganda de Nostalgia aparece!
Tudo à partir daí fica mais natural.

O documentário é muito interessante. Os diversos tempos se entrecruzam, constituindo uma dinâmica visual bastante original. Cenas em preto e branco dos anos 40, passando por diversas décadas até chegar nos anos 80, todas bastante afinadas com o tom de sua época. As filmagens estão bem autênticas e os personagens são críveis, assim como seu envelhecimento progressivo.
Achei fantástica a propaganda dos relógios Seiko, "O primeiro relógio digital de quartzo líquido do mundo"!!! Essa, tenho certeza, é a única peça original do filme.

Todos os personagens que compõe os Minutemen também estão lá e são bem explicados nesse documentário de pouco mais de trinta e sete minutos. Além deles o psiquiatra que trata de Rorschach, William Long e seu arqui-inimigo, o anão Grande Figura aparecem também para dar seus depoimentos. É falado sobre o amor e a união nunca consumada entre Sally Jupiter e o Holly Manson, sobre seu "probleminha" com o Comediante, sobre a criação dos vilões em contra-partida à criação de heróis narrada por Moloch, inclusive sua predestinação ao surgimento de um grande antagonista a Manhattan, o único ser com super poderes na série, que também não poderia ser deixado de fora nesse filme.

Não vou me extender muito nos comentários, porque vale a pena ver com seus próprios olhos e tirar suas próprias conclusões.

Duvido que algum fã vá reclamar desse documentário, dizendo que não está como na revista, pois foi sim retirado dela, mas foi transformado em algo original e ganhou mais elementos interessantes. Arrisco ainda em dizer que saiu melhor do que está no papel!

Nota 9